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Contra demissões, professores montam acampamento no Palácio Piratini no RS

Em diversas cidades do Estado, a categoria parou totalmente, já em outras, as escolas funcionaram em período reduzido

Publicado: 04 Junho, 2019 - 09h34

Escrito por: Annie Castro, Sul 21

Divulgação CPERS
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Na tarde desta segunda-feira (3), professores e funcionários de escolas do Rio Grande do Sul reuniram-se em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, para protestar em defesa da educação pública, contra o parcelamento e o atraso de salários e denunciar a demissão de professores que estavam em licença médica.

O ato faz parte da programação mensal do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERS), que realiza uma greve geral no primeiro dia útil de cada mês subsequente a um novo atraso de salários da categoria. Segundo a presidente do sindicato, Helenir Aguiar Schürer, este é o 42º mês de atraso salarial. Em diversas cidades do Estado, a categoria parou totalmente, já em outras, as escolas funcionaram em período reduzido.

A mobilização desta segunda-feira iniciou com uma concentração em frente à sede do CPERS-Sindicato em Porto Alegre. Após, os manifestantes caminharam até a frente do Palácio Piratini. No carro de som, representantes de núcleos do CPERS de diversas cidades do Estado realizaram falas contrárias ao Governo Eduardo Leite (PSDB) e ao desmonte da educação no Estado e no país.

Um das medidas criticadas pelos manifestantes foi o reajuste de salário para os executivos do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), especialmente do presidente do Banco, que passou de R$ 51 mil para R$ 89 mil. “Não é mole não, tem dinheiro pra banqueiro, mas não tem pra educação”, cantaram durante a marcha pelo Centro. De acordo com o CPERS, o novo salário do presidente seria “o suficiente para pagar o básico de 141 professores(as) e atender a mais de 4 mil alunos em sala de aula”.

Demissões de professores afastados

A demissão de professores e funcionários contratados que estavam afastados por licença médica também foi um dos assuntos abordados durante o ato. Um dos gritos de ordem dos manifestantes foi “Governo Leite, não aceitamos demissão do educador que está doente”. No carro de som, um representante do 20º núcleo do CPERS, que engloba as cidades de Canoas, Triunfo, Esteio, Sapucaia do Sul, Nova Santa Rita, afirmou que uma professora da região, que estava em licença médica em função de um câncer, havia sido demitida.

No carro de som, a presidente Helenir afirmou que havia sido recebida pelo Secretário Adjunto da Casa Civill, mas que ele havia dito não estar sabendo sobre essas demissões e que iria entrar em contato com a Secretaria da Educação. “Nós colocamos para eles que no ano passado nós tivemos quatro companheiros nossos que se suicidaram, o Governo fica com a responsabilidade da vida dessas pessoas que hoje estão doentes”, afirmou Helenir.

Ainda, a presidente disse ter solicitado uma reunião com o governador para que seja discutida a revogação dessas demissões. No último dia 27, deveria ter acontecido uma reunião de negociação entre o Sindicato e o Governo do Estado, porém ela foi desmarcada pela gestão Leite. “Essas pessoas a cada dia estão sofrendo com o desemprego e com a doença. É mais uma pressão em cima de pessoas que precisam da tranquilidade para cuidar da sua saúde. É uma questão de humanidade. [Queremos] que essas pessoas retomem seus postos, que se respeite esses seres humanos que prestaram serviços para o Estado enquanto tinham saúde. Eu disse para o secretário que nós não somos coisas que estragou, tu joga fora e pega uma nova. Nós somos pessoas e muitos adoeceram prestando seus trabalhos”, disse a presidente do CPERS. Segundo ela, o Governo ficou de retornar com a data da reunião até a próxima quarta-feira (5).

Durante o ato, ficou decidido que representantes do CPERS iriam acampar na Praça da Matriz para lembrar o Governo que ele precisa dialogar com a categoria, além da situação dos professores em licença que estariam sendo demitidos. A ideia é que um representante de cada núcleo do CPERS passe o dia em frente ao Palácio Piratini, onde o sindicato montou toldos, e durmam na sede do CPERS. No ‘Acampamento da resistência e em defesa da educação pública’ estão programadas diversas atividades diariamente até a próxima sexta-feira (7), quando a categoria realizará um Conselho Geral e protocolará uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), na Assembleia Legislativa, solicitando reajuste salarial.