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Contra desmonte, petroleiros se unem para eleger representante no Conselho

Candidato apoiado pela Central Única dos Trabalhadores e Federação Única dos Petroleiros, Danilo Silva venceu o 1º turno com 4181 votos

Publicado: 27 Fevereiro, 2018 - 12h57

Escrito por: Redação CUT

Reprodução
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Entre os dias 03 e 11 de março, os trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras terão a oportunidade eleger, no segundo turno, um representante da categoria no Conselho de Administração da empresa. Candidato apoiado pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e pela CUT, Danilo Silva venceu o primeiro turno da eleição com 4181 votos.

Quatro trabalhadores apoiados pela FUP já ocuparam o cargo desde 2010, ano que em o governo do ex-presidente Lula determinou a participação de um trabalhador para assumir uma das nove cadeiras do Conselho de Administração da Petrobras. 

Em entrevista ao Portal da CUT, Danilo afirmou ser fundamental a intervenção da categoria no principal órgão de decisão da empresa que tem passado por um processo de desmonte, com a venda de ativos importantes e a destruição da engenharia nacional e da política de conteúdo local. O desmonte começou  nos últimos dois anos, quando Pedro Parente assumiu a gestão indicado pelo golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP).
 
“Toda a engenharia brasileira de produção de sondas, embarcações, sistemas de produção de petróleo, entre outras, foi desmontada e deu lugar ao processo de importação ou geração de emprego em outras partes do mundo, ignorando por completo a necessidade nacional de crescimento e geração de riqueza”, denunciou Danilo.

O candidato dos trabalhadores ao Conselho da estatal explicou que um de seus compromissos, se eleito conselheiro, é lutar pela defesa do Sistema Petrobrás, dos empregos, do desenvolvimento e da soberania nacional.

“A Petrobrás deve ser uma empresa rentável, mas que tenha compromisso com o povo brasileiro. Não podemos permitir a continuidade do desmonte da nossa empresa e da engenharia nacional. Precisamos construir uma ampla frente de debates, em conjunto com todos os setores que defendem a Petrobrás como uma empresa pública e socialmente responsável”, disse. 

Retomada da política de conteúdo nacional
Danilo, que também é técnico de mecânica pleno da Replan, explica que a Petrobras, sobretudo no governo do ex-presidente Lula, era o centro de uma política industrial nacional que buscava integrar toda a cadeia de produção e exploração do petróleo. 

“O impacto dessa política chegou a ser sentido por parcela considerável da população brasileira, quando tivemos uma ampla expansão da economia, geração de renda e aumento dos empregos de maior qualidade”, ressaltou.

Entretanto, segundo ele, essa política começou a ser destruída desde que Pedro Parente assumiu o comando da Petrobras.

“A política de importação de plataformas, os processos de contratação de empresas estrangeiras para obras e a retirada das empresas nacionais dos processos licitatórios demonstram objetivamente a política de desmonte adotada pelo atual governo”, explica.

Venda de ativos
O candidato apoiado pela FUP ao Conselho da Petrobras critica a venda de empresas do Sistema Petrobras por meio do fatiamento de ativos e explica que essa política o terá impactos gravíssimos na gestão financeira da companhia.

“É uma política que gera receita na hora, mas que terá impactos graves no curto e médio prazo”, explica Danilo Silva.

Ele usa como exemplo a venda da Transportadora Associada de Gás (TAG), subsidiária integral da estatal, por R$ 4 bilhões. Com a venda, a Petrobras será obrigada a ter de alugar por este serviço e deixará de gerar receita própria com a empresa, passando a pagar terceiros privados.

“É como se um trabalhador, que precisa de um dinheiro extra, pedisse as contas do trabalho e vendesse todos os móveis da casa para conseguir esse valor. Porém, no mês seguinte, ele não terá o emprego, nem os móveis, e precisará pagar as contas do mesmo jeito, a conta não vai fechar no futuro”, exemplifica. 

“São decisões como essa que demonstram a necessidade de os trabalhadores terem vez e voz nas tomadas de decisão da empresa”, finalizou Danilo, ressaltando a importância da participação dos petroleiros no segundo turno das eleições que começam no início de março.

Quem é Danilo Silva?
Danilo Silva é técnico de mecânica pleno da Replan e formado em direito pela PUC Campinas. Especializou-se em economia na Unicamp e MBA em finanças na Fundação Getúlio Vargas, com extensão em Direito Empresarial na Ohio University. 

Ele também conta com a experiência de atuação em Conselhos. Já foi membro do Conselho da Totvs, Frasle, CPFL, entre outras empresas.

Danilo já coordenou o SindiPetro-SP e é o candidato com o apoio da CUT, da FUP e seus sindicatos, ao Conselho da Petrobras.

> Acesse aqui a página da campanha com as propostas