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Bolsonaro ameaça liberdade de expressão e manda PF abrir inquérito contra Aroeira

Associação Brasileira de Imprensa (ABI) diz que é estarrecedor Bolsonaro querer abrir inquérito contra jornalistas e que aversão à críticas são próprias da ditadura

Publicado: 15 Junho, 2020 - 18h16 | Última modificação: 16 Junho, 2020 - 12h35

Escrito por: Redação CUT

Divulgação
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O ministro da Justiça, André Mendonça, a pedido de Jair Bolsonaro (ex-PSL) anunciou nesta segunda-feira (15) que a Polícia Federal (PF) irá abrir um inquérito contra o chargista Renato Aroeira e o jornalista Ricardo Noblat, de O Globo.

Aroeira produziu uma charge em que compara o incentivo de Bolsonaro à invasão de hospitais ao nazismo. Na charge, uma cruz vermelha de um hospital é transformada em suástica, símbolo do regime de Adolf Hitler. O jornalista Ricardo Noblat reproduziu seu conteúdo e por isso também deverá ser aberto um inquérito contra ele.

A crítica do chargista é amparada pela liberdade de expressão, que é cláusula pétrea da Constituição brasileira, mas para Bolsonaro que já foi criticado pelo decano do Supremo Tribunal Federal ao comparar o Brasil atual à Alemanha hitlerista, e pela própria comunidade judaica por utilizar métodos de comunicação e slogans nazistas, a charge ofende a segurança nacional.

Em seu twitter, o ministro da Justiça justificou o pedido de investigação baseado na lei que trata de crimes contra a segurança nacional. O texto diz : “O pedido de investigação leva em conta a lei que trata dos crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, em especial seu art. 26”.

Em nota, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) lembrou as declarações do presidente em que ele defende a tortura, a guerra civil, a entrega da Amazônia aos Estados Unidos e a sonegação de impostos, demonstrando que as atitudes de Bolsonaro são sim comparáveis ao nazismo. A ABI também ressaltou que abrir inquérito contra jornalistas e aversão às críticas são próprias da ditadura.

ABIABI

Ao Portal Brasil 247, o cartunista Renato Aroeira, declarou que "a SeCom [Secretaria de Comunicação do governo federal   deveria se chamar SeCen - Secretaria de Censura".