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Contra Lula, Moro comete várias lambanças, diz Eugênio Aragão

Para ex-ministro da Justiça, juiz federal apresenta "extrema hostilidade" e imparcial contra o ex-presidente

Publicado: 03 Maio, 2018 - 13h04 | Última modificação: 03 Maio, 2018 - 13h12

Escrito por: Redação RBA

José Cruz/Agência Brasil
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Para o jurista e ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, o processo do chamado triplex do Guarujá, movido pelo juiz  Sergio Moro, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, contra o ex-presidente Lula apresenta "várias lambanças", que só foram cometidas porque instâncias superiores não colocaram "os pontos em cima dos 'is'", ou seja, fazer com que o juiz conduzisse o processo exclusivamente dentro de critérios técnicos e constitucionais. A afirmação foi feita em entrevista à Rádio Brasil Atual, nesta quinta-feira (3).

A defesa do ex-presidente Lula entrou com duas novas ações, na última segunda-feira (30), uma no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) e outra no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma que pede suspenda as decisões sobre os recursos que permitiram a prisão de Lula e a outra, que as delações da Odebrecht referentes ao caso conhecido como o do sítio em Atibaia sejam efetivamente encaminhadas à Justiça de São Paulo e saiam da alçada de Sérgio Moro - esta segunda negada nesta quinta pelo ministro Dias Toffoli. Os advogados ressaltaram a suspeição do juiz de primeira instância, por sua postura de constante parcialidade nos processos relativos ao ex-presidente.

"A extrema hostilidade que ele tem demonstrado no curso do interrogatório em relação à defesa de Lula mostra que de juiz imparcial ele não tem nada", critica Eugênio.

De acordo com o jurista, as denúncias do advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht entre 2011 e 2016, sobre adulterações nos documentos da empreiteira, mostra o enviesamento de Moro.

"Ali se mostra que havia claramente um verdadeiro comércio de delações promovido por pessoas próximas ao juiz. Isso é escandaloso. Em qualquer país do mundo o senhor Moro estaria respondendo a processos sobre isso, jamais poderia ser juiz dessa causa. Vamos ver se pela demonstração dos diversos furos desse processo haja uma mudança de rumo e, em função disso, possa se contemplar a possibilidade de uma revisão criminal", afirma.

Perícia no apartamento

Aragão também lembra que, em abril, o Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) ocupou o apartamento no Guarujá atribuído a Lula. Fotos e vídeos distribuídos nas redes sociais pelos ocupantes mostraram que o apartamento não é luxuoso, nem recebeu as reformas apontadas por uma avaliação judicial.

"Por exemplo, foi pedido na época da instrução criminal a vistoria do apartamento, feita conforme mandam os cânones processuais, com perícias. E o senhor Moro simplesmente indeferiu. Será que ele estava escondendo alguma coisa? Porque depois que o MTST ocupou o apartamento pôde-se ver que é uma apartamento vagabundérrimo. E está encalhado (em leilão) porque ninguém quer comprar uma porcaria dessas, até por conta do preço que Moro colocou nele", disse.