Escrito por: Érica Aragão
Já são cerca de 45 outdoors pedindo pela liberdade de Lula e denunciando a prisão política imposta ao ex-presidente. Objetivo é ampliar a iniciativa tomada por cidadãos comuns que acreditam na inocência de Lula
Em defesa da liberdade imediata do ex-presidente Lula, centenas de cidadãos, inconformados com a condenação política, sem crimes nem provas, da maior liderança popular do Brasil, espalharam outdoors por diversas cidades do Brasil com os dizeres “Lula Livre”.
As instalações começaram no dia 24 de janeiro, dia da condenação política, sem crimes nem provas, do ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Já são 13 outdoors espalhados pela região metropolitana de Curitiba, quatro em Londrina e sete em Porto Alegre, todos na região Sul do país. Em Salvador, foram instalados três no último fim de semana e, nesta segunda-feira (23), outdoors estão sendo espalhados no Rio de Janeiro.
ReproduçãoAlém disso, outras iniciativas ocorreram no Distrito Federal e no Pará. No total, a previsão é que o número de outdoors chegue a 45 esta semana. O número só não é maior porque em algumas cidades, como São Paulo e Santa Catarina, algumas empresas estão se negando a prestar o serviço, alegando problemas jurídicos ou até mesmo questões ideológicas.
É o que explica a idealizadora da iniciativa Melina Maria, que também é assessora jurídica e militante independente. “As empresas dão várias desculpas, como problemas com o setor jurídico, que diz que é campanha e tem medo de ter que responder por isso, ou simplesmente dizem que não vão fazer quando vê que a frase é Lula Livre”, conta Melina.
Mas, segundo ela, apesar de alguns boicotes, o fato é que “os outdoors estão sendo multiplicados e Lula não para de crescer nas intenções de voto.”
“Nos primeiros outdoors a gente denunciava a prisão política de Lula e agora as peças ocupam as cidades e os estados com a mensagem de Lula Livre, como grito de liberdade contra a ditadura do ódio”, diz.
Lula vale a luta
Melina explica que a motivação para defender Lula vem compreensão de que é preciso lutar por justiça e democracia. “Eu me sinto tão mal com essa situação que eu simplesmente não consigo não fazer nada. Eu fico pensando o que posso fazer como defensora da democracia e da justiça social. É pela paz interior de fazer e não ficar só olhando tudo acontecer”, diz.
Reprodução“Defender o Lula é defender quem fez justiça social e deu oportunidade de vida e igualdade para o Brasil inteiro, não só para os pobres”, completa.
Segundo ela, condenar Lula sem provas, por atos indeterminados, por uma obra que não ocorreu, por um apartamento que ele nunca usou, depois de terem revirado sua vida e não acharem nada, e nem sequer explicarem qual o beneficio que a OAS ganhou, só pode ser uma condenação política.
“Fizeram de tudo para prendê-lo. Passaram por cima da Constituição, de cláusulas pétreas, sem as quais não existe Estado Democrático de Direito”, contesta.
Furar a bolha, trazer para dentro quem está fora
Nenhuma arrecadação foi feita de forma institucional, por meio de lideranças partidárias e nem mesmo por movimentos sociais. Segundo a idealizadora da iniciativa, o dinheiro foi arrecadado de forma particular. “Foram cidadãos que estão fora do partido, da militância e muitas vezes só militam virtualmente”, explica Melina.
“Foi uma forma que encontrei de furar a bolha, fazer as pessoas participarem efetivamente, botar nossa mensagem para o público em geral e não só para os convertidos, que já são de esquerda. É uma forma de as pessoas que pensam como nós tomar conhecimento e entrar na luta. É trazer para dentro quem está fora”, completa a militante.
ReproduçãoSegundo ela, o objetivo é que outras pessoas multipliquem a ação e espalhem a ideia pelo Brasil. “A minha experiência mostra que podemos multiplicar essa iniciativa. A gente quer democracia e a gente pode lutar e fazer sem esperar de ninguém”.
Outras iniciativas
Melina também é fundadora da festa da democracia, uma atividade para a conscientização política nos bairros e nas comunidades sobre temas como o golpe, manipulação da mídia, perseguição política de lideranças de esquerda, perda de direitos, entre outras.
A festa da democracia leva às comunidades, numa tarde agradável, diversas atividades culturais e muita diversão para as famílias.
“A ideia é levar paródias, piadas, poemas, músicas e qualquer atividade criativa que possa transmitir a mensagem de que o Golpe foi contra nós e que precisamos nos conscientizar e lutar contra as injustiças perpetradas pelos golpistas”.
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