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Contra reformas, mais de 150 mil já estão no #OcupaBrasília

Movimentos sindical e sociais de todo o país fazem marcha na capital federal para tirar as reformas

Publicado: 24 Maio, 2017 - 13h28 | Última modificação: 24 Maio, 2017 - 13h34

Escrito por: André Accarini, Luiz Carvalho e Érica Aragão

Nunah Alle - Mídia Ninja
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A capital federal recebe hoje (24) trabalhadores que cruzaram o país em defesa de seus direitos e da democracia. Neste momento, uma marcha com mais de 150 mil pessoas toma Brasília e segue rumo ao Congresso Nacional para tirar da pauta as reformas Trabalhista e da Previdência.

O ato, agendado há semanas, ganhou mais uma pauta, a defesa das eleições Diretas Já. Enquanto o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) cambaleia, golpistas articulam para que o povo não possa votar para presidente e a escolha aconteça por meio de ‘iluminados’ do Congresso ou do Judiciário.

Uma PEC (proposta de emenda à Constituição), porém, foi apresentada hoje pela bancada da oposição comandada por senadores do PT e já será votada na semana que vem (leia mais abaixo).

Para o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, trata-se de um dia histórico que demonstra o fim desse governo ilegítimo.

“Tenho certeza de que essa é a maior marcha que já fizemos. Fica claro que a população é contra as reformas, que o Temer tem de sair e nós temos condição de fazer eleição direta para o Congresso e para a Presidência da República. Se mesmo assim não entenderem, vamos continuar pressionando, mobilizando e, se precisar, faremos outra greve geral, outra marcha e seremos vitoriosos no final”, disse.

Vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, lembrou que o momento conseguiu unificar todas as centrais sindicais em defesa dos direitos trabalhistas.

“Somos capazes de garantir a unidade da classe trabalhadora com todas as diferenças que nós temos. Nós vamos derrotar as reformas da Previdência e Trabalhista. Nós vamos derrotar esse governo com a classe trabalhadora mobilizada e com unidade. Eu acho que esse é um sinal dos mais fortes que já vivemos no último período. Este ano foi a Greve Geral e, literalmente, Brasília está ocupada”, avaliou.

Congresso sem moral

Para o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, as Diretas Já! se impõem, inclusive, porque o Congresso, em sua maioria, não tem condição moral para definir quem será o próximo presidente.

“A maior parte do Congresso está envolvida nos escândalos de corrupção que vemos e não tem legitimidade sequer para decidir quem será o próximo presidente num processo de eleições indiretas”, defendeu.

Secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa, falou sobre como a velha mídia tem manipulado a informação para colocar outro golpista no lugar do atual.

“A Globo quer colocar alguém eleito indiretamente pelo Congresso Nacional e que sirva aos interesses dos patrões para aprovarem as reformas contra a classe trabalhadora. A Globo está apoiando as Eleições Indiretas para não entregar para a população a decisão. Nós estamos fazendo a denúncia. O que a Globo tem feito não é jornalismo, o que tem feito é uma propaganda dos seus interesses, da classe dominante do país que não são os interesses do povo brasileiro”, destacou.

PEC das eleições diretas começa a tramitar no Senado

Uma boa notícia para quem gosta da democracia foi o início da tramitação no Senado da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das eleições diretas de autoria do senador José Reguffe (DF) e que terá como relator Lindbergh Farias (PT-SP).

O texto diz que, se houver vacância de presidente e vice da República nos três primeiros anos, neste caso, até dezembro de 2017, tem que haver eleição direta. Ao contrário do que ocorreu na Câmara, onde proposta semelhante foi derrubada, a oposição no Senado conseguiu incluir o tema na pauta.

“O tema foi incluído na pauta, li o relatório, concedidas vistas coletivas e está marcada já para a próxima quarta-feira (31) a votação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)”, explicou Farias.