Contraproposta patronal não atende reivindicações de aeroviários
Empresas aéreas negam aumento real e ainda querem alterar cláusulas históricas da CCT
Publicado: 07 Novembro, 2019 - 17h20
Escrito por: Redação CUT
Na 3ª rodada de negociação da Campanha Salarial dos Aeroviários 2019, as empresas aéreas apresentaram uma contraproposta que não atende as reivindicações dos representantes dos sindicatos filiados à Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (FENTAC)
A proposta do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (SNEA) é de reposição salarial de acordo com o Índice Nacional de Preço do Consumidor (INPC), sem aumento real de salário – os representantes dos trabalhadores e trabalhadoras querem ganho real de 2%. Os patrões também desejam incluir na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) banco de horas de 12 meses e férias fracionadas em três partes. Detalhe, seria prerrogativa da empresa a escolha dos períodos de descanso dos trabalhadores.
A proposta apresentada pela LATAM, que se reuniu com os sindicalistas separadamente, é ainda pior. Além do banco de horas, a companhia aérea oferece zero de reajuste salarial.
Para os sindicalistas, o objetivo das empresas aéreas é postergar a Campanha Salarial para conseguir, assim, flexibilizar os direitos da categoria. Em resposta, entidades sindicais vão se organizar em mobilizações nas suas bases, para verificar o posicionamento dos profissionais da aviação civil.
De acordo com Luiz Pará, presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), mais do que nunca aeroviários e aeroviárias precisam se unir. “Nossa luta hoje não é apenas para garantir aumento salarial, entre outras melhorias na CCT. Nossa luta é para manter direitos historicamente conquistados”, declara.
A quarta rodada de negociação está agendada para 12 de novembro. Na ocasião, sindicalistas vão dar resposta às empresas sobre a proposta apresentada no último encontro, realizado na terça-feira (5).
Confira as principais reivindicações da categoria:
Reajuste salarial: INPC do período, mais 2% de ganho real;
Aumento de 6% nas demais cláusulas econômicas;
Mudança na redação da CCT no item de horas extras, com a retirada de ambiguidade no texto que fala sobre compensação;
Inclusão de responsabilização da empresa por itens obrigatórios da apresentação pessoal, como é o caso do kit maquiagem. A exigência da companhia faz parte do uniforme e sindicalistas acreditam que empregadores devem arcar com esse custo;
Folga agrupada mensal;
Acomodação individual para cursos oferecidos pela empresa;
Esclarecimento do sentido de força maior na mudança de escalas;
Aumento do número de dirigentes nas bases sindicais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
Com informações da Ag. Amora