Contrariando justificativa de Doria, SP tem 434 mortes em 24 h e bate novo recorde
Aumento de casos e mortes coincidem com a reabertura das atividades econômicas no dia 15 de junho em várias regiões do estado de São Paulo, inclusive na capital paulista
Publicado: 23 Junho, 2020 - 15h18 | Última modificação: 23 Junho, 2020 - 15h40
Escrito por: Redação CUT
O estado de São Paulo registrou mais um recorde de mortes pela Covid-19. Foram 434 mortes confirmadas nas últimas 24 horas. É o maior número de mortes registradas no estado desde o início da pandemia. O recorde anterior era de 389 vítimas, registrado no dia 17 de junho. O estado tem no total 13.068 óbitos.
O número de casos confirmados subiu de 221.973 para 229.475, um aumento de 7.502 infectados pela Covid-19.
O aumento de casos e mortes coincidem com a reabertura das atividades econômicas no dia 15 de junho em várias regiões do estado de São Paulo, inclusive na capital paulista.
E os números podem ser ainda maiores. Segundo resultados preliminares do inquérito sorológico da Prefeitura de São Paulo, divulgado nesta terça-feira (23), cerca de 1,2 milhão de pessoas podem já ter sido infectadas. São Paulo nesse caso ultrapassaria a Espanha e França juntas em número de casos confirmados do novo coronavírus.
De acordo com boletim divulgado nesta segunda-feira (22) pela Prefeitura de São Paulo, oficialmente, a cidade tem 118.708 casos e 6.422 vidas perdidas.
De acordo com o governo de São Paulo, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, as taxas de ocupação de UTI são de 65,7% no estado e 68% na Grande São Paulo.
Na avaliação do coordenador do Centro de Contingência de São Paulo, João Gabbardo, apesar de tristes, esses números estão dentro da projeção feita pelo comitê de saúde, que estima entre 15 mil e 18 mil mortes até o fim de junho.
No dia 15 de junho, o Comitê de Saúde da gestão João Doria (PSDB) havia apontado uma tendência de estabilização nas mortes e chegou a comemorar a primeira queda semanal, apesar de a diferença ter sido de apenas três óbitos em relação à semana anterior.
Na semana seguinte, no entanto, o número semanal voltou a crescer e bateu recorde semanal. Também pela primeira vez o estado registrou quatro dias seguidos com mais de 300 mortes. Com o novo recorde diário registrado nesta terça, é possível que o balanço desta semana aumente novamente, contrariando a justificativa do governo estadual de estabilidade.