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COP27: Com discurso de estadista, Lula recupera prestígio do Brasil no mundo

O coro da plateia animada com a fala de Lula – “O Brasil voltou” – deu o tom às manchetes dos sites dos principais veículos de comunicação, como o NYT que disse: Lula foi exuberante

Publicado: 17 Novembro, 2022 - 09h44 | Última modificação: 17 Novembro, 2022 - 11h37

Escrito por: Redação CUT

Ricardo Stuckert
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A participação do presidente eleito, Lula (PT), na Cúpula das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, nesta quarta-feira (16), gerou entusiasmo, com a plateia animada entoando “o Brasil voltou” –, manchetes como a do New York Times dizendo que Lula foi exuberante e  textos descrevendo chegada de Lula no evento como eletrizante, além de muita esperança para o país e para o mundo. Confira abaixo repercussão internacional.

Com um discurso de estadista, impecável, sem uma letra sequer fora do lugar, Lula propôs uma aliança para combater a fome em todo o mundo e cobrou dos países ricos o cumprimento da promessa de recursos para enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas nos países mais pobres. Ele também prometeu se esforçar para zerar o desmatamento até 2030 e punir o garimpo, a mineração, a extração de madeira e a agropecuária ilegais.

Na manchete, o "New York Times" disse que Lula foi exuberante na COP 27. A reportagem começa dizendo que os outros líderes de países já não estavam mais no evento, e que a chegada de Lula eletrizou a COP 27 no Egito.

“Expectativas são altas enquanto Lula exuberante fala na Cúpula do Clima – Na primeira viagem de Luiz Inácio Lula da Silva ao exterior após vencer a eleição do mês passado, ele prometeu proteger a floresta amazônica e disse que o Brasil estava ‘deixando seu casulo’”, disse o jornal, referindo-se à irrelevância da política externa e destrutiva do governo de Jair Bolsonaro (PL).

"O entusiasmo era palpável aqui para Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido simplesmente como Lula para a maioria“, seguiu o texto.

“A promessa de Lula de reprimir o desmatamento é o que dá a muitos de seus apoiadores na cúpula grandes expectativas para seu próximo mandato como presidente”, disse o jornal.

A reportagem menciona que quando Lula se tornou presidente pela primeira vez, em 2003, o desmatamento da Amazônia estava em uma das maiores taxas de todos os tempos.

E que, ao final de seu segundo mandato, em 2010, a taxa havia caído 67%. O tradicional jornal informa ainda que, sob Bolsonaro, essa tendência se inverteu. E citou dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais de que a Amazônia perdeu mais de 18 mil quilômetros quadrados de cobertura vegetal no período de 2019 a 2021.

O Jornal britânico The Guardian destaca Lula em três reportagens

O britânico The Guardian destacou na página principal três fotos de Lula, sendo duas referentes a reportagens sobre o seu discurso hoje na COP27. E outra como capa de uma galeria de imagens do evento. “Lula promete reverter degradação ambiental e parar o desmatamento”, diz a manchete da primeira delas. A reportagem já começa anunciando a volta do Brasil.

“O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse ao mundo que ‘o Brasil está de volta’ na Cop27, prometendo começar a desfazer a destruição ambiental vista sob seu antecessor de extrema-direita, Jair Bolsonaro, e trabalhar para o desmatamento zero da floresta amazônica. Seguido por uma atmosfera de carnaval onde quer que fosse na quarta-feira, Lula disse na cúpula do clima que seu governo iria mais longe do que nunca no meio ambiente, reprimindo a mineração ilegal de ouro, a exploração madeireira e a expansão agrícola e restaurando ecossistemas críticos para o clima”, diz trecho da primeira reportagem.

Na segunda, com resumo do nono dia da COP27, é destacada a participação de Lula e apresentado um sumário com as propostas. Entre elas, a de realizar uma COP em um estado da Amazônia Legal, a confirmação de que a Alemanha e a Noruega vão desbloquear o Fundo Amazônia e a criação de um ministério no novo governo para tratar de questões indígenas.

“Brasil de volta à cúpula do clima, diz BBC de Londres”

BBC britanica destacou: “COP27: Brasil está de volta ao cenário mundial, diz Lula à cúpula do clima”. Na abertura da reportagem, disse que “O Brasil está de volta, disse o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva a multidões extasiadas na cúpula climática da ONU COP27 no Egito.

“Entrando em uma sala de torcedores cantando seu nome, Lula prometeu restaurar a floresta amazônica e perseguir criminosos climáticos”, diz trecho da reportagem, ressaltando que grande número de pessoas se reuniu para vê-lo falar, o que fez dele “uma das superestrelas desta cúpula”.

O site estatal do Reino Unido ouviu o secretário executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini. “Lula deve reverter o legado de Bolsonaro e reconstruir as agências de proteção ambiental, descongelando o Fundo Amazônia que promove a conservação e combatendo criminosos na Amazônia.

Site alemão Deutsche Welle destaca projeto de derrota do desmatamento

O site alemão Deutsche Welle destacou a ênfase de Lula em recolocar o Brasil na cúpula do clima da ONU. Segundo a reportagem, Lula foi “um dos visitantes mais assistidos da cúpula climática da ONU no Egito nesta semana”. E que sua campanha eleitoral bem-sucedida incluiu a promessa de deter o desmatamento recorde na Amazônia.

“‘O mundo está sentindo falta do Brasil’ disse Lula em discurso na COP27 na quarta-feira, acrescentando que ‘o Brasil está de volta. Ele declarou sua intenção de colocar a nação no caminho de ‘derrotar o desmatamento e o aquecimento global'”, diz trecho da reportagem.

DW destacou também fala de Lula sobre o “negacionismo climático” do ex-presidente Jair Bolsonaro, que colocou em jogo a “sobrevivência da floresta amazônica” durante a recente eleição.

Lula promete novo dia para Amazônia, diz The Washington Post

O site do jornal The Washington Post também citou “multidão” que aguardava Lula para ouvi-lo sobre suas propostas para a crise climática. E mencionou a fala do presidente eleito sobre sua política para reprimir o desmatamento ilegal na Amazônia e o reinício de relacionamentos com países que financiam o Fundo Amazônia. Além disso, que pretende sediar uma próxima cúpula mundial do clima no Brasil, em estado amazônico.

A reportagem aborda os poderes do governo federal em relação ao monitoramento e fiscalização da Amazônia. Menciona o Ministério do Meio Ambiente, que supervisiona o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama, que patrulha as florestas. E também a Polícia Federal, que atua em todo o Brasil, inclusive em estados com grandes áreas florestais. Além das Forças Armadas, que também podem ser mobilizadas.

Mas que Bolsonaro, no entanto, nada disso fez. E que ao contrário, impulsionou o desenvolvimento tanto em sua retórica quanto em suas “políticas pró-negócios”, fez vários movimentos que enfraqueceram a proteção. E citou como exemplo a escolha de nomes comprometidos com o agronegócio para gerir florestas e terras indígenas.

Bloomberg: Compromisso de Lula ganha boas-vindas de herói na COP27

“Compromisso de Lula para salvar a Amazônia ganha boas-vindas de herói na COP27”, destacou o site da Bloomberg. A reportagem mostrou as propostas do presidente eleito do Brasil, entre elas a de sediar as negociações climáticas da ONU na Amazônia em 2025. E também destacou Lula como o oposto de Bolsonaro.

“Lula, como é conhecido o político, está em sua primeira viagem internacional desde que derrotou o presidente Jair Bolsonaro nas eleições do mês passado. Em contraste com a posição de Lula, Bolsonaro enfraqueceu a proteção da maior floresta tropical do mundo. Isso em favor do desenvolvimento econômico”, diz trecho da reportagem.

“Estou aqui na frente de todos vocês para dizer que o Brasil está de volta”, disse ele em um discurso nas negociações da COP27 em Sharm El-Sheikh, Egito, entre os governadores dos estados da Amazônia brasileira e diante de um multidão entusiasmada que gritava seu nome. “O Brasil não pode ficar isolado como esteve nos últimos quatro anos.”

Jornal francês Le Monde destaca que Lula promete proteger a Amazonia

O site do jornal francês também deu destaque à participação do presidente eleito na COP27 nesta quarta-feira, que falou “a multidões”. O Le Monde deu ênfase à preocupação de Lula em agir rapidamente para conter o desmatamento ilegal e reverter a situação. E também a meta de reconstruir as relações com os países que financiam a proteção da floresta tropical. É o caso do Fundo Amazôna, que tema a Alemanha, Noruega e outros países da Europa como os maiores financiadores.

O site relatou também os projetos de Lula para o manejo da maior floresta tropical do mundo, “fundamental para combater as mudanças climáticas, que contrastava fortemente com a do presidente Jair Bolsonaro, cujo governo testemunhou alguns dos mais rápidos cortes de florestas em décadas.

Segundo o Le Monde, a participação de Lula “deu peso simbólico e prático às discussões para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os impactos do clima mudança, uma vez que ele supervisionou grandes reduções no desmatamento durante sua presidência anterior entre 2003 e 2010.

O jornal destacou ainda a cobrança do presidente eleito a líderes mundiais. “Ele mencionou uma resolução feita durante a conferência do clima em 2009 de que os países ricos contribuiriam com US$ 100 bilhões por ano para ajudar as nações em desenvolvimento a se adaptarem aos impactos das mudanças climáticas. Esse esforço nunca foi totalmente financiado”.

Com apoio da RBA.