Escrito por: CUT

Coronel Telhada nos direitos humanos desagrada até tucanos

O vereador, que acha pouco a PM matar 76 pessoas em um mês, foi indicado pelo PSDB

Foto: Divulgação

“A Polícia Militar matou 76 em janeiro? Foi pouco. Quanto mais bandido for para o saco, melhor, porque é menos gente para me encher o saco”. A afirmação é do vereador Telhada (PSDB), em entrevista à Revista Vaidapé, em janeiro de 2014, quando a letalidade policial alcançou índices elevados. Esse é o tipo de parlamentar que, agora, quer ser o representante dos direitos humanos no na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).

Telhada chegou a declarar que queria mesmo era ser presidente da comissão. Sua nomeação foi mal vista inclusive entre os tucanos. A “Juventude Estadual do PSDB” pediu que o partido reveja a indicação do ex-coronel.

"A Juventude Estadual do PSDB, o Tucanafro, a Diversidade Tucana e o PSDB Esquerda para Valer, conjuntamente, através dessa nota, solicitam que a bancada dos deputados do PSDB reveja a indicação do Coronel Telhada para a Comissão de Direitos Humanos em respeito ao compromisso histórico do partido com o tema", afirma a nota.

A deputada estadual Beth Sahão (PT), que ldiera a minoria na Alesp, agendou uma reunião com o presidente da Casa, Fernando Capez (PSDB), para pedir a exclusão de Telhada da comissão. Segundo a RBA, a parlamentar petista classificou como uma “afronta”, a nomeação do ex-coronel.

Indicado pela bancada do PSDB para ocupar uma das 11 vagas da comissão de direitos humanos, Telhada ficou famoso após comandar a Rondas Ostensiva Tobias Aguiar (Rota). Na Alesp, o tucano integra a “bancada da bala” e usa comumente o discurso do “bandido bom é bandido morto”.

Na próxima quarta-feira (13), a comissão deve ter sua primeira reunião. O deputado Carlos Bezerra (PSDB) deve ser eleito o presidente. A eleição do tucano respeitará um acordo costurado entre as lideranças partidárias, que também determinou que a vice-presidência será petista.