Escrito por: Redação RBA
Empresa chegou a informar que acataria "integralmente" a decisão do tribunal, mas já admite recurso. Sindicalistas falam em "terrorismo"
Depois de anunciar que acataria “integralmente” o resultado do julgamento do dissídio coletivo, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) pode rever sua posição quanto à decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que no dia 2 fixou reajuste salarial de 3% na data-base (1º de agosto).
“A empresa está avaliando as medidas judiciais cabíveis e aguarda a publicação do acórdão para manifestação”, informou a ECT, por meio de sua assessoria de imprensa. Ontem, os Correios reajustaram valores de serviços de postagem de encomendas.
De acordo com o jornal Valor Econômico, a empresa irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o julgamento do TST, realizado no dia 2. “Temos avaliado todas as opções jurídicas, administrativas e operacionais para minimizar o impacto do novo acordo coletivo de trabalho”, declarou presidente da empresa, general Floriano Peixoto.
Para a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT), a empresa faz “terrorismo”, ao afirmar que vai recorrer em nome de sua “saúde financeira”.
Na segunda-feira (15), sindicalistas instalaram o Comitê em Defesa dos Correios – “público, de qualidade e a serviço do povo brasileiro”, que será responsável por organizar a luta contra a venda dos Correios e terá 4 membros de cada federação, além de 1 representante de cada sindicato. A primeira tarefa do Comitê foi acompanhar a tramitação da proposta de fidelização do serviço de Correios.
De acordo com nota publicada no site da Fentect-CUT, "a luta é urgente, há grande ofensiva do governo e setores ligados às grandes empresas de logística e apoio da imprensa".
A Federação também reafirmou a importância da participação de todos os sindicatos no Comitê para organizar e mobilizar a classe trabalhadora e toda a sociedade brasileira contra a privatização.
Nesta quarta-feira (16), os Correios, que o governo pretende privatizar, foi incluída formalmente, por decreto, no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).