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Covas expõe trabalhador da Educação a risco de contágio, denunciam servidores

Profissionais afirmam que obrigatoriedade de plantão nas escolas da prefeitura, mesmo sem aulas, expõe 20 mil pessoas ao contágio da covid-19

Publicado: 09 Junho, 2020 - 11h07 | Última modificação: 09 Junho, 2020 - 11h11

Escrito por: Redação RBA

Arquivo EBC
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Servidores denunciam que decisão do prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), de obrigar trabalhadores da educação a comparecer às escolas da prefeitura durante a pandemia do novo coronavírus, cria mais riscos de expansão do contágio. A medida exige, de acordo com a sindicato da categoria, o deslocamento de cerca de 20 mil profissionais que, mesmo sem atividades pedagógicas presenciais, estão em regime de plantão.

Ao repórter Cosmo Silva, da Rádio Brasil Atual, o professor de Geografia e diretor do Sindicato dos Profissionais em Educação do Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), Dimitri Silveira, informa há cerca de 18 mil servidores diretos indo às escolas. E outros 2 mil trabalhadores terceirizados das equipes de limpeza. “Estamos então falando de cerca de 20 mil pessoas circulando pela cidade, indo para as escolas, sem necessidade alguma disso”, afirma Silveira.

Publicada em março, a instrução normativa determina que, no período da pandemia, equipe pedagógica, diretores de escolas, auxiliares de ensino e equipe de limpeza terceirizada deverão comparecer nas escolas das 10h às 16h. Pelo menos desde o dia 23 de março, quando as aulas foram suspensas para conter a disseminação do novo coronavírus. A suspensão cumpre a recomendação de autoridades sanitárias para achatar a curva de casos e evitar o colapso no sistema de saúde. Mesmo assim, profissionais da educação não podem cumprir o direito ao isolamento social.

“É indignante a decisão do prefeito Bruno Covas. Todos os dias, milhares de profissionais da educação circulam pela cidade de modo desnecessário. Visto que todas as atividades que estão sendo realizadas durante esse momento da pandemia são feitas via internet. E poderiam e deveriam estar sendo feitas no teletrabalho, salvando vidas na educação”, diz a supervisora escolar na rede Luciene Cavalcanti da Silva.

Papel de zeladoria

Dimitri Silveira observa que a medida da prefeitura tem a ver com objetivos que não são atribuição dos profissionais de educação. “Eles fazem isso para manter a zeladoria dos prédios. O que não é de competência dos profissionais da educação. A prefeitura tem receio de que ocorra depredação dos prédios, e deixa os profissionais lá cumprindo um papel de zeladoria. E desconsidera completamente as orientações da Organização Mundial da Saúde, pela quarentena”, diz o diretor do Simpeem.

“Isso expõe os profissionais a um risco completamente desnecessário. Principalmente agora em que a pandemia está numa curva que não para de subir. Estamos denunciando isso para que a prefeitura seja coerente”, acrescenta. As aulas, contudo, continuam suspensas e sem data prevista para serem retomadas.

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