Escrito por: Tiago Pereira, da RBA

Covid-19 segue matando 3 mil pessoas por semana no Brasil

Números de óbitos e casos são menores do que aqueles registrados entre janeiro e fevereiro, mas permanecem em patamares elevados

Breno Esaki/Agência Saúde DF

Entre os dias 6 e 12, o Brasil registrou 3.018 mortes em consequência de complicações causadas pela Covid-19. Na semana anterior, praticamente o mesmo patamar, totalizando 3.014 mortes. O ritmo de contaminação, por outro lado, aumentou nesse período. Na última semana, foram 317.082 novos casos, ante 289.002 na semana anterior, crescimento de quase 10%.

Nesta segunda-feira (14), o país registrou 171 óbitos, avanço de mais de 50% em relação ao dia anterior, de acordo com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). O domingo, com 113 mortes, foi a menor taxa de óbitos desde 10 de janeiro. Ainda assim, a média móvel de mortes ficou em 415/dia. Na comparação com a segunda-feira passada, esse índice registrou leve redução, de apenas 3,5%.

Nas últimas 24 horas, as autoridades de saúde também computaram 11.287 novos casos. É o menor número desde 21 de dezembro. Nesse sentido, a média móvel está em 44.371, contra 58.540 há um mês. Durante o pico da ômicron, no início de fevereiro, esse índice atingiu recorde de quase 190 mil novos casos por dia na média semanal.

No total, já são 655.249 mortes pela Covid-19 oficialmente registradas e quase 29,4 milhões de casos da doença.

Vacinação no país

Até agora, 78% dos brasileiros com 5 anos ou mais tomaram duas doses (ou dose única) da vacina contra a covid-19. E pouco mais de quatro em cada 10 brasileiros – 42,71% – maiores de 18 anos já tomaram a dose de reforço, segundo o consórcio de veículos da mídia comercial.

Nova onda na Europa?

O biólogo e divulgador científico Átila Iamarino chamou a atenção para o aumento de casos de Covid-19 na Europa, após diversos países abandonarem quaisquer medidas controle da doença, como, por exemplo, o uso de máscaras. Ele aventou algumas hipóteses sobre as causas desse crescimento.

Assim, no primeiro cenário, mais brando, o vírus estaria atingindo as últimas pessoas ainda vulneráveis, em função do fim das restrições. Se for isso, essa onda “deve passar logo”, mas vai depender do histórico de infecções e vacinação de cada país.

Por outro lado, Átila considera que a reversão da tendência de queda pode estar relacionada com a variante BA.2 da ômicron, o que seria um cenário “ruim”, segundo ele. Isso porque essa subvariante teria capacidade de infectar inclusive aqueles que pegaram a cepa original da ômicron.

O pior cenário é se estiver relacionado com o aumento de casos de reinfecção causado pela própria ômicron. “Já se viu que a imunidade induzida pela ômicron dura menos, e é menos protetora contra reinfecção. Se esses fatores permitirem outra onda desse tamanho, essa é mais uma de várias ondas que virão”, tuitou.