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Covid-19 tira 1,4 milhão de trabalhadores do mercado, a maioria porque ficou doente

Entre fevereiro e abril, aumentou de 3,3 milhões para 4,7 milhões o total de trabalhadores impedidos de trabalhar por problemas pessoais, sobretudo doença

Publicado: 22 Junho, 2020 - 11h16

Escrito por: Redação CUT

Agência Brasil
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A pandemia do novo coronavírus (Covid-19), que já infectou mais de um milhão de brasileiros e tirou a vida de mais de 50,5 mil, impediu cerca de 1,4 milhão de pessoas de trabalhar entre fevereiro e abril. O aumento é de 45%.

Entre o trimestre da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua - PNAD Contínua, do Instituto brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), terminado em fevereiro e o mês de abril, aumentou de 3,3 milhões para 4,7 milhões até abril o total de trabalhadores e trabalhadoras desempregados que deixaram de trabalhar por problemas pessoais, especialmente porque ficaram doentes.

A conclusão é de um levantamento feito pelo pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Marcel Balassiano, que analisou os dados da Pnad Contínua, e  foi divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Estadão.

De acordo com o pesquisador, o total de pessoas impedidas de trabalhar é maior do que o de desalentados, trabalhadores que desistiram de tentar se recolocar no mercado de trabalhar depois de muito procurar uma vaga e não encontrar. O aumento foi de 7% no período analisado. O número inclui pessoas que não estavam disponíveis por conta de estudos ou mulheres que fic aram grávidas. Mas a alta expressiva aponta que a saúde foi o item que mais pesou no aumento, segundo a reportagem.

Balassiano avalia que esse quadro pode ficar ainda pior porque a crise econômica se agravou com a emergência sanitária.

“O País já estava em uma situação muito ruim, que o novo coronavírus só agravou. A dívida pública vai para 90% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto se tenta achar saídas para minimizar a crise de saúde. O mercado de trabalho tende a piorar”, disse ele ao jornal.

Apesar de não dar para comparar as pesquisas, em maio, levantamento do IBGE em parceria com o Ministério da Saúde sobre o impacto da Covid-19 no mercado de trabalho mostrou que 25,7 milhões de pessoas estavam fora da força de trabalho, mas gostariam de trabalhar. Além disso, 17,7 milhões de trabalhadores não puderam procurar emprego por causa da pandemia ou não acharam uma vaga na região em que moram.