AO VIVO: CPI da Covid ouve nesta terça-feira (5) Raimundo Nonato, sócio da CTVLog
Nesta quarta (6), senadores ouvem casal de médicos que denunciou Prevent Senior. A previsão de votação do relatório final é 20 de outubro
Publicado: 05 Outubro, 2021 - 09h09 | Última modificação: 05 Outubro, 2021 - 10h49
Escrito por: Redação CUT
Apesar de focar a última semana de depoimentos no caso da operadora de saúde Prevent Senior, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado ouve nesta terça-feira (5), o depoimento do sócio da empresa de logística VTCLog, Raimundo Nonato Brasil.
A empresa presta serviços ao Ministério da Saúde desde 2018, quando o agora líder do governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL) na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR), era ministro da pasta no governo golpista de Michel Temer (MDB-SP).
Para Rogério Carvalho (PT-SE), o depoimento desta terça será importante para jogar luz sobre as relações da VTCLog com o governo Bolsonaro e com Ricardo Barros. Em entrevista antes da reunião da CPI, o senador disse esperar bons resultados também do depoimento de amanhã, do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho.
Na pandemia do novo coronavirus, a VTCLog foi contratada para receber, armazenar e distribuir vacinas contra a Covid-19. A empresa é suspeita de ter feito pagamentos ao ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Por sua vez, Dias também é investigado e será um dos que terá seu nome incluído entre os indiciados no relatório final dos trabalhos. Ele foi apontado pelo deputado Luis Miranda (DEM-DF) de ser o coordenador do esquema de aquisição de vacinas por meio de empresas atravessadoras, em vez de diretamente dos laboratórios. O líder do governo Bolsonaro nega as acusações.
O STF também concedeu a Raimundo Nonato habeas corpus para que ele tenha assegurado o direito de ficar em silêncio em seu depoimento, que prestará na condição de testemunha.
O empresário já teve os sigilos telefônico, fiscal, bancário e telemático quebrados pela CPI. Os parlamentares querem explicações sobre como a empresa conseguiu o contrato que, segundo o vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), “sofreu diversas críticas de funcionários do Ministério da Saúde.”
Prazos da CPI
A CPI da Covid pode estender o prazo de funcionamento até o início de novembro, mas os senadores já consideram fechada a rodada de inquirições. Isso significa que o colegiado não pretende fazer novas convocações, além das já definidas para esta semana.
A previsão de votação do relatório final é 20 de outubro. A mesa diretora avalia que a comissão já colheu dados suficientes para fechar os trabalhos com conclusões importantes. Entre elas, a CPI vai apresentar uma lista de indiciados que inclui o presidente da República, Jair Bolsonaro.
O caso Prevent Senior
Nestas quarta-feira (6) e quinta-feira (7), a CPI da Covid pretende “fechar lacunas” das investigações que envolvem a Prevent Senior. A operadora foi denunciada por ex-médicos, que montaram um dossiê contundente sobre a conduta da empresa durante a pandemia. O documento foi exposto em detalhes à CPI na semana passada pela advogada dos denunciantes, Bruna Morato.
Os experimentos médicos e irregularidades relatadas pela advogada levou tanto o chamado G7 – grupo de parlamentares da oposição e independentes, que são maioria na CPI –, quanto senadores da base governista a pressionar por ouvir integrantes do próprio grupo de ex-funcionários da Prevent Senior.
Assim, é aguardado com grande expectativa o testemunhos do casal George Joppert e Andressa Joppert e Walter Correa de Souza Neto, nesta quarta. Eles fazem parte do grupo de 12 médicos que juntaram as denúncias contra a operadora. Em entrevista ao Fantástico, os três contaram detalhes da pressão sofrida para receitar remédios ineficazes e potencialmente perigosos para pacientes de covid-19.
Entre as acusações feitas à empresa, estão a realização de pesquisas sem aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) ou consentimento de familiares ou responsáveis. Além disso, a distribuição de medicamentos do ‘kit covid’ para reduzir custos com internações e a alteração de prontuários médicos para subnotificar casos e mortes por covid. Tudo isso em conexão com o chamado gabinete paralelo do Ministério da Saúde, formado por médicos e demais profissionais negacionistas.
Guedes? Queiroga?
Se as expectativas da CPI da Covid se confirmarem e não houver realmente necessidade de ouvir outras pessoas envolvidas nas investigações, a comissão pode vir a encerrar seu ciclo de oitivas na quinta-feira (7). A agenda deste dia ainda está em aberto.
Até a noite desta segunda-feira, senadores da CPI da Covid ainda discutiam possíveis convocações de última hora. Uma delas pode ser a do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele voltou ao noticiário, agora como investidor em offshores, enquanto suas políticas empobrecem a população, com impactos na saúde pública. Outro possível convidado é o próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que chegou nessa segunda-feira (4) dos Estados Unidos, após cumprir isolamento por ter testado positivo para a infecção.
Com apoio da RBA e da Agência Senado.