Escrito por: RBA
Inclusão de nomes também é reivindicada por senadores, que trabalham nos ajustes do relatório horas antes de apreciação pela comissão, nesta terça-feira
A CPI da Covid vota seu relatório final nesta terça-feira (26). Os últimos ajustes no relatório ainda estavam sendo feitos na noite de ontem. O senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o grupo majoritário da CPI decidiram incluir no texto um pedido cautelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente Jair Bolsonaro seja banido das redes sociais.
Além de estar no documento final, o banimento de Bolsonaro terá um requerimento separado, que também será votado, para enviar a medida cautelar ao ministro do STF Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das fake news, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.
Já o presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD-AM), e o senador Eduardo Braga (MDB-AM), por exemplo, pedem que gestores do Amazonas sejam citados no relatório final de Calheiros.
“É inaceitável que o relatório final não peça a punição de nenhum dos responsáveis pelo caos vivido no estado do Amazonas. Por isso estou apresentando esse adendo, exigindo que os responsáveis, incluindo o governador Wilson Lima, sejam punidos”, disse Braga, na última quarta-feira (20).
Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, também quer incluir novos nomes no relatório final. Ele enviou um ofício ao relator, sugerindo a inclusão do reverendo Amilton Gomes de Paula, presidente da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), e do tenente-coronel Hélcio Bruno de Almeida, presidente do Instituto Força Brasil. Randolfe ainda pede o indiciamento de vários técnicos ligados ao Ministério da Saúde.
Pelo Twitter, Omar Aziz afirmou esperar que o Ministério Público dê continuidade às investigações da CPI. Ele disser querer “ver quem vai engavetar mais de 600 mil mortes”. Para o senador, não haverá justificativa para não punir as pessoas responsáveis. Ele confirmou que o relatório será votado nesta terça e disse que as autoridades terão que aprofundar a investigação. Omar ainda acrescentou que “somos milhões de testemunhas do que aconteceu durante a pandemia no Brasil” e cobrou justiça.
“Fizemos uma CPI transparente. Todas as sessões foram públicas. O relatório está à disposição de todos os brasileiros”, declarou o senador, em vídeo divulgado por sua assessoria.
O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) pediu à CPI que envie ao STF um pedido de investigação sobre uma notícia falsa veiculada pelo presidente Jair Bolsonaro em uma live na última quinta-feira (21). Bolsonaro ligou a imunização contra a covid-19 à contaminação pelo vírus da aids.
Segundo o presidente, um estudo do Reino Unido apontaria que “os totalmente vacinados estão desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida muito mais rápido que o previsto”. A informação já foi desmentida por várias agências de checagem e é classificada como fake news.
Para o senador, trata-se de “conduta potencialmente criminosa do presidente da República”. Alessandro disse que, se Bolsonaro não fosse presidente, sua “persistência no cometimento de infrações penais já seria suficiente para decretar sua prisão preventiva”. No requerimento, o senador ainda questiona: “Como cobrar do cidadão comum o indispensável cumprimento das determinações legais se o presidente não o faz?”