Escrito por: Redação RBA

Crime ambiental denuncia o fracasso das privatizações, defende deputada

“O lucro não pode ser mais importante do que a vida das pessoas e as riquezas naturais do nosso país”, afirmou a deputada federal Erika Kokay sobre o rompimento da barragem em Brumadinho

ISAC NÓBREGA/PR

O crime ambiental, social e humano da Vale do Rio Doce em Brumadinho, com a ruptura da barragem de rejeitos de mineração na região metropolitana de Belo Horizonte nesta sexta-feira (25), é mais uma comprovação de que as privatizações conduzidas pelo governo federal não têm se revertido em benefício da população e, pelo contrário, trazem prejuízos sociais e ambientais difíceis de serem reparados, como tem demonstrado o passivo deixado pela barragem do Fundão, em Mariana, que se rompeu em 2015. “O rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho são a demonstração do fracasso das privatizações. O lucro não pode ser mais importante do que a vida das pessoas e as riquezas naturais do nosso país”, afirmou nas redes sociais a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), destacando o problema.

A Companhia Vale do Rio Doce foi privatizada em maio de 1997 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, cuja gestão foi marcada pela predominância de valores neoliberais, como a defesa das privatizações, mas talvez com menos intensidade do que nos dias atuais.

Mas longe de encarar o problema da responsabilidade do Estado pelas atividades que envolvem riscos ambientais, o governo, desde o impeachment de Dilma Rousseff, defende posições que querem reduzir a tramitação de licenças ambientais, para “destravar” empreendimentos, permitindo maior agilidade na busca de lucro por essas empresas. Essa é a bandeira do ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles, já condenado pela justiça de São Paulo por atuar em favor das empresas, até mesmo atropelando regras.

Neste sábado (26), o governo Bolsonaro publicou decreto que institui o Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastre coordenado pelo Ministro da Casa Civil. Segundo disse o presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter, “a finalidade é acompanhar e fiscalizar as atividades a serem desenvolvidas em decorrência do desastre...”

Desastre? Classificar o fato em Brumadinho como “desastre” mostra a escolha de uma definição para mascarar a realidade, é o que tem defendido as vozes do campo progressista neste sábado. “O que aconteceu em Brumadinho e em Mariana não são acidentes, são crimes!! Tragédias ambientais se repetem e o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Ricardo Salles chamam o ministério do Meio Ambiente de ‘mera indústria de multas’. Quanto vale a vida e todo esse sofrimento?”, indagou a deputada Erika Kokay, ampliando o coro do campo progressista de que Brumadinho, como Mariana, não foi um acidente, mas um crime promovido pela ausência do Estado e pelo abuso empresarial em uma área estratégica para a segurança da população.