Curitiba: Greca atrasa salários e servidores da Cohab entram em greve

Servidores da Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab) entraram em greve às 8h desta segunda-feira (11) para exigir o pagamento de salários em dia – até hoje eles não receberam os salários de maio, que deveria ter sido depositado no máximo até o quinto dia útil do mês, como prevê o Acordo Coletivo de Trabalho dos servidores.

Desde junho do ano passado, a gestão do prefeito Rafael Greca atrasa os vencimentos em até dez dias. Pagou na data certa apenas duas vezes. Para os sindicalistas, a prefeitura se exime da responsabilidade com os salários, mesmo sendo detentora de 99% das ações da Companhia.

A prefeitura se defende via assessoria, afirmando que o atraso foi causado “por um problema operacional” e promete: “o pagamento será efetivado no começo desta semana”.

A decisão da greve foi tomada na sexta (8) em assembleia geral dos funcionários que pretendem permanecer parados até que os salários sejam pagos. A mobilização é resultado da ação conjunta de quatro sindicatos: Sindicato dos Engenheiros (Senge-PR), Sindicato dos Arquitetos e Urbanistas (Sindarq-PR), Sindicato dos Trabalhadores em Urbanização (Sindiurbano) e Sindicato dos Assistentes Sociais (Sindasp).

Edilene Pires da Silva Andreiu, Engenheira Civil da Cohab e diretora do Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR), diz que os atrasos refletem a postura desrespeitosa da prefeitura com a política de habitação popular.

“É um desrespeito com os trabalhadores, e também com a população, por refletir a precarização de uma área primordial para a promoção do direito à moradia para a população”. 

A Companhia é responsável pela construção de cerca de 700 empreendimentos habitacionais populares, em 40 dos 75 bairros de Curitiba. No total, ao longo de 53 anos de criação do órgão, 139 mil habitações foram construídas.