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Curuguaty – carnificina para um golpe retrata solidariedade

Livro que reflete apoio cutista ao povo paraguaio será lançado em 9 de junho

Publicado: 13 Maio, 2016 - 08h48 | Última modificação: 23 Maio, 2016 - 13h04

Escrito por: CUT

Capa do livro: Maria Dias
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Livro-reportagem faz exortação à luta pela justiça

No próximo mês de junho, quatro anos de solidariedade aos sem-terra presos políticos de Marina Kue, em Curuguaty, no Paraguai, vão virar livro. “Curuguaty - carnificina para um golpe” (Editora Papiro, 212 páginas) retrata a resistência dos movimentos sociais da pátria Guarani para fazer valer os direitos dos camponeses com a efetivação da reforma agrária e a mobilização das entidades populares, do país e de todo o mundo, a fim de garantir a sua absolvição. O livro-reportagem de Leonardo Severo, assessor da Secretaria de Relações Internacionais da CUT e da Confederação Sindical Internacional (CSI), será lançado no dia 9 de junho, quinta-feira, na Martins Fontes, avenida Paulista, 509, das 18h30 às 21h30.

Nas terras paraguaias de Marina Kue, Curuguaty, foram mortas 17 pessoas - seis policiais e 11 camponeses - em 15 de junho de 2012. O “confronto” envolveu 324 policiais, tropas de elite treinadas pela CIA e pelo exército dos EUA fortemente armadas com fuzis, bombas de gás, capacetes, escudos, cavalos e até helicóptero. Do outro lado, 60 trabalhadores sem-terra, metade deles mulheres, crianças e anciãos. O sangue derramado, vertido para as manchetes dos jornais e emissoras de rádio e televisão, inundou o imaginário coletivo de mentiras, como a de que a tropa teria sido “emboscada” e de que os camponeses não ocupavam organizadamente uma terra pública, mas buscavam tomar à força uma “propriedade particular”. Manipulada pela oposição, a mortandade levou à cassação do presidente Fernando Lugo uma semana depois.

Apontando a ingerência estrangeira por trás dos acontecimentos, este novo livro do jornalista Leonardo Wexell Severo, assessor da presidência da Confederação Sindical Internacional (CSI) e da Secretaria de Relações Internacionais da CUT, demonstra como o capital monopolista nacional e os cartéis transnacionais atuam em fina sintonia contra a democracia e a soberania. Mais do que denunciar o processo-farsa que mantém 11 trabalhadores privados de liberdade, o autor faz uma exortação à luta por justiça.

Para João Antonio Felicio, presidente da CSI, a publicação do livro-reportagem justamente no momento em que o julgamento dos camponeses se encaminha para o final, reforça a campanha pela sua libertação. "Como observador internacional, Leonardo Severo acompanhou de perto o processo no Palácio de Justiça, em Assunção. Esta presença lhe possibilitou desnudar como uma farsa jurídico-midiática serviu de combustível ao golpe parlamentar contra o governo Lugo. É uma leitura esclarecedora, que convoca à solidariedade aos camponeses presos políticos do presidente Horacio Cartes e à luta pela democracia", afirma João Felício, na apresentação da obra.

De acordo com Antonio Lisboa, secretário de Relações Internacionais da CUT e membro do Conselho de Administração da Organização Internacional do Trabalho (OIT), é fundamental dar o máximo de visibilidade ao tema, que vem sendo completamente invisibilizado pelos grandes conglomerados de mídia. “Estudioso dos meandros de um processo judicial viciado, que mantém injustamente presos 11 trabalhadores sem-terra de Curuguaty, Leonardo Severo expõe depoimentos, dados e documentos que comprovam a necessidade da sua imediata absolvição. Este é um livro militante, que pulsa e mobiliza em favor da verdade e da justiça”, concluiu Lisboa.

 

Veja abaixo o vídeo Desconstruindo Curuguaty, com legendas em português.