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CUT-A denuncia Citibank por perseguição no Paraguai

Oscar Paredes foi submetido a 12 anos de abusos

Publicado: 06 Outubro, 2016 - 11h09

Escrito por: Leonardo Severo

A Central Unitária de Trabalhadores Autêntica (CUT-A) denunciou a sucursal do Citibank no Paraguai por “crime contra a estabilidade laboral, a liberdade sindical e abusos contra os direitos sociais, trabalhistas e humanos dos seus funcionários”.

De acordo com a central, após mais de 30 anos de banco, 12 deles submetido a todo tipo de assédio e violentas perseguições por integrar a Comissão Diretora do Sindicato dos Empregados, o subgerente Oscar Ricardo Paredes Dürrling acabou demitido sumariamente em agosto de 2014. Sem receber salário nem aposentadoria desde então, teve de entrar com um processo judicial para fazer valer seus direitos.

A Constituição paraguaia estabelece que “todos os empregados públicos e privados têm direito a organizar-se em sindicatos sem comunicação prévia”. Conforme Oscar Paredes, até 1997 existiu um Sindicato de Empregados do Citibank, que formava parte da Federação de Trabalhadores Bancários do Paraguai (Fetraban). “A sucursal do Citibank no Paraguai sempre quis anular o Sindicato, eliminá-lo, perseguindo seus membros e seus associados, até que conseguiu, violando a própria Constituição Nacional”, frisou.

Na tentativa de forçar Paredes a pedir as contas, seu salário foi mantido congelado de outubro de 2001 até fevereiro de 2006, ainda que o índice do custo de vida tenha sofrido uma variação de 36,2%. Entre 2002 e 2014, os reajustes salariais do subgerente totalizaram apenas 7%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 83,09%. Para os demais colegas, o reajuste variou de 50% à 323%.

Entre outros direitos retirados pelo Citibank, de todos os trabalhadores, estão o 14º salário e o pagamento de horas extras, “pois, sem a presença da representação sindical, a jornada de trabalho que inicia às 8h30 se estende facilmente até às 19 horas”. Infelizmente, não é só este banco que desrespeita os trabalhadores, esclareceu. “Tivemos colegas bancários colocados em cárcere de vidro no Itaú, dirigente sindical grávida demitida e todos os que lutávamos por melhores condições de trabalho e denunciávamos o uso das instituições públicas pelo sistema financeiro colocados na lista negra e, posteriormente, enviados para o olho da rua”, acrescentou Paredes.

Para o ex-sindicalista, “a justiça paraguaia serve apenas para locupletar o narcotráfico, o tráfico de armas e as grandes corporações multinacionais, como fica claro no caso do Citibank”.