Escrito por: Redação CUT
Segundo o documento, a pandemia de COVID-19 é a última cara desta crise ambiental e que se esse modo de produção continuar, o planeta terá inúmeros novos vírus, que se transformarão em mais pandemias
Na semana que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, a Jornada Internacional Anti-imperialista divulga um manifesto em defesa do planeta. O documento, intitulado “O planeta acima do lucro - uma só Terra”, afirma que “necessitamos enterrar a dominação do capital sobre a vida, construir um mundo justo, igualitário e belo, para que todas e todos possamos viver bem e em paz”.
Segundo o movimento, que a CUT aderiu, o poder destrutivo da atual etapa do capitalismo, em sua fase financeira, não tem precedentes. As empresas transnacionais aumentam sua capacidade de exploração dos bens comuns, avançando na exploração de minérios, no desmatamento, na apropriação privada da água, entre outras formas.
“O exército dos Estados Unidos e seus aliados, além das agressões constantes contra a vida dos povos, é um dos maiores contaminadores do mundo, deixando um legado tóxico em forma de urânio empobrecido, de petróleo, de combustível para aviões, de pesticidas, de produtos químicos como o Agente Laranja e o chumbo, entre outros”, diz trecho do manifesto.
No texto, é ressaltado que a pandemia de COVID-19 é a última cara desta crise ambiental e do sistema e que, se esse modo de produção continuar, o planeta terá inúmeros novos vírus, que se transformarão em mais pandemias.
Parte das corporações mundiais é criticada no texto, porque, segundo as entidades que subscrevem o documento, ao invés delas combaterem as causas, se dedicam a organizar o capitalismo verde, “transformando os bens da natureza em novas mercadorias e fontes de especulação, como os papéis de crédito de carbono, os bônus de preservação ambiental e outras falsas soluções que não dariam respostas às necessidades sociais e ecológicas dos povos”.
O manifesto termina sugerindo saídas para este modelo de desenvolvimento que o planeta se encontra:
“A saída está na reconstrução da relação entre os seres humanos e a natureza, onde a vida, o bem-viver coletivo e os tempos ecológicos guiem as nações e povos, e não a ganância, o lucro e a propriedade privada. É uma saída a partir da produção agroecológica de alimentos, da democratização do acesso à terra a partir da reforma agrária, do cuidado com os bens comuns como a água, a biodiversidade e a terra, e da transição para uma matriz energética que responda às necessidades reais da classe trabalhadora com a justiça social e ambiental, de superação do patriarcado e do racismo”.