Escrito por: Walber Pinto
No evento, que será realizado na próxima segunda-feira (23), haverá o lançamento de um caderno com objetivo de mostrar a luta e os direitos que as pessoas com deficiência têm e que devem ser avançados
Em celebração ao Dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência, comemorado neste sábado (21), a CUT lançará o "Caderno 2: Luta por Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência", na próxima segunda-feira, dia 23 de setembro. A atividade será transmitida pelo Youtube da CUT Brasil, a partir das 19h.
No país, segundo dados do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE), mais de 18 milhões de pessoas, o que representa cerca de 9% da população, têm algum tipo de deficiência. E apesar dos avanços para a garantia de inclusão, o preconceito ainda é muito presente.
Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), comprovam a urgente aplicação efetiva da lei. Nos empregos formais, apenas 1,1% eram ocupados por pessoas com deficiência, em 2021, sendo que, nos cargos de chefia, elas ocupavam apenas 0,5% dos postos de trabalho.
Maria Cleide Queiroz, coordenadora do Coletivo Nacional da Trabalhadora e do Trabalhador com Deficiência da CUT, fala da importância da data e sobre a luta das pessoas com deficiência para a inclusão, que ainda precisa ser trabalhada na sociedade brasileira, e que as informações cheguem corretas.
“A pessoa com deficiência também é capaz de estar incluída dentro do espaço de trabalho, de fazer todas as coisas que as pessoas sem deficiência fazem. Mesmo com algumas limitações, elas conseguem e a sociedade precisa entender que a pessoa com deficiência pode estudar, pode estar no mercado de trabalho exercendo qualquer função”, diz Maria Cleide.
Segundo ela, o lançamento do caderno é uma contribuição para a sociedade com objetivo de mostrar a luta e os direitos que as pessoas com deficiência têm como a lei de cotas, o de ir e vir, a aposentadoria especial e o direito à vida.
“Trazemos nesse segundo caderno a importância dos avanços e a luta dos coletivos estaduais da CUT”, completa.
A data, criada em 2005, busca falar da inclusão e conscientizar a sociedade sobre as pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Ela foi definida em 1982 pelos movimentos das pessoas com deficiência e oficializado por meio da Lei Nº 11.133 de 14 de julho de 2005, no primeiro governo do Presidente Lula.
Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), comprovam a urgente aplicação efetiva da lei. Nos empregos formais, apenas 1,1% eram ocupados por pessoas com deficiência, em 2021, sendo que, nos cargos de chefia, elas ocupavam apenas 0,5% dos postos de trabalho.
O 21 de setembro, que coincide com o Dia da Árvore, e às vésperas do início da primavera, simboliza o nascimento das reivindicações por inclusão e participação das pessoas com deficiência, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas na sociedade.
Neste dia são realizados atos e atividades relacionadas às lutas das pessoas com deficiência, com suas reivindicações, por inclusão social, educacional, por igualdade de oportunidades e respeito as diferenças.
O Coletivo Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT entende como urgente e necessária uma reflexão sobre as demandas, conquistas, avanços, mas também e pincipalmente sobre as lutas ainda a serem realizadas pela garantia dos direitos das pessoas com deficiência.
Avanços esses que surgiram, principalmente nos governos democráticos até 2016. Nos anos seguintes, após o golpe orquestrado contra a presidente Dilma Rousseff (PT), os ataques aos direitos conquistados também foram grandes, desde à Educação Inclusiva, discriminando as crianças com deficiência, justamente pela condição da deficiência, de forma criminosa, ferindo a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência), a garantia de representação da sociedade civil no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CONADE), às diversas tentativas de flexibilizar a Lei de Cotas, que só não se concretizaram pela articulação e mobilização das organizações das pessoas com deficiência.
- Renato Zulato, Secretário Geral da CUT Brasil
- Ismael José Cesar, Secretário Adjunto de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT
- Carlos Maciel, do SINPRO-DF e Coordenação do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT
- Karem Resende, do Sindicato Único dos Trabalhadores Municipais de Blumenau - Sintraseb
- Isaias Dias, Diretor da AFUBESP, Ex-conselheiro do CONADE representando os Trabalhadores pela CUT
- Maria Cleide (Cleidinha), Bancários/SP e Coordenação do Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT