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CUT, centrais e movimentos se mobilizam contra ataques de Bolsonaro às eleições

Resposta aos ataques ao sistema eleitoral brasileiro e um basta na escalada da violência bolsonarista contra opositores é urgente, diz diretor da CUT. Protesto de rua deve ser organizado para os próximos dias

Publicado: 21 Julho, 2022 - 12h18 | Última modificação: 21 Julho, 2022 - 15h19

Escrito por: Andre Accarini | Editado por: Marize Muniz

Foto: Elineudo Meira/Arte: CUT
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Em resposta aos recentes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao processo eleitoral brasileiro e à escalada de violência contra opositores ao seu governo, movimentos sindicais e sociais que fazem parte da ‘Campanha Nacional Fora Bolsonaro’ estão se organizando para retomar protestos de rua e exigir das autoridades providências para que o país não mergulhe ainda mais fundo na atual crise social e política.

Diversas entidades, entre elas a CUT, demais centrais sindicais e movimentos sociais devem se reunir na tarde desta sexta-feira (22), em caráter emergencial para definir uma estratégia.

Para as entidades é preciso dar uma resposta contundente – e urgente – aos ataques que mostram a tática a ser usada no período eleitoral deste ano pelo presidente e seus apoiadores. Os fatos ocorridos nos últimos dias tornaram ainda mais urgente essa resposta.

“O ataque de Bolsonaro às urnas eletrônicas na reunião com embaixadores, na segunda-feira [18] deixou clara a tentativa de criminalizar o processo eleitoral”, afirma Milton Rezende, o Miltinho, secretário-adjunto de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT.

Na reunião, inédita na história do Brasil e claramente inspirada na tática do ex-presidente americano Donald Trump, de extrema direita e derrotado nas últimas eleições no Estados Unidos, Bolsonaro chamou representantes de vários países para desclassificar processo eleitoral brasileiro, o que para políticos, jornalistas, juristas, entre outros especialistas, colocou o país em uma situação de ‘vexame’ internacional.

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Além dos recorrentes ataques às urnas eletrônicas, que na verdade são um prenúncio de que o bolsonarismo não aceitará um resultado desfavorável nas eleições deste ano, e todas as pesquisas eleitorais apontam a derrota do presidente, a escalada da violência tem preocupado as lideranças dos movimentos.

Para a CUT e demais entidades, é inaceitável o crescimento da violência, da intolerância e da falta de capacidade de diálogo com posições políticas diferentes. “Isso cria uma situação de medo, de pânico em que não apoia Bolsonaro e, em especial, em quem apoia seu principal opositor, o ex-presidente Lula”, diz Milton Resende.

Fato, ele prossegue, é que todo mundo conhece ao menos alguém, na família, no trabalho etc., que já teve medo de expressar seu posicionamento contrário a Bolsonaro pelo risco de sofrer alguma agressão.

“Tem sempre alguém que tem medo de colocar um adesivo no carro ou usar uma camisa do Lula – medo de ser hostilizado, levar uma pedrada na rua, ser agredido”, ele diz.

Ou até mesmo, ser baleado, como ocorreu com o militante petista Marcelo Arruda, assassinado em Foz do Iguaçu pelo bolsonarista Jorge Guaranhos, quando comemorava sua festa de aniversário, cujo tema era o ex-presidente Lula e o PT. Guaranhos invadiu a festa aos gritos de “aqui é Bolsonaro” e atacou os presentes.

“Essa política de criar o medo é o que está por trás estratégia de Bolsonaro e só tende a aumentar se não nos mobilizarmos. Ele sabe que vai perder e está a todo custo tentando criar uma situação de crise institucional, unindo a violência e a desqualificação das urnas para dar um golpe”, alerta Miltinho.

A mobilização

De acordo com o dirigente, a CUT, demais centrais e movimentos sociais vão definir uma estratégia de não somente realizar manifestações de rua mas também e articulação com outras entidades da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e várias outras para exigir que o fim da violência e a garantia de um processo eleitoral democrático, tranquilo, com paz e respeito.

Paralelamente, as entidades têm orientado militantes e simpatizantes a não responder a provocações e não reagir às agressões, que segundo o secretário-adjunto de Mobilização da CUT, podem aumentar nos próximos dias. “Eles não vão deixar barato”, diz Miltinho sobre a iminente derrota de seu líder.

Reunião das centrais

As CUT e demais centrais sindicais se reuniram na manhã desta quinta-feira (21), para definir um posicionamento sobre as futuras mobilizações e apresentarão no encontro desta sexta, com as demais entidades, no intuito de somar ainda mais os esforços em defesa da democracia.