Escrito por: Érica Aragão e Marize Muniz

CUT convoca ato no dia 30, em Brasília, por soberania, direitos e empregos

A mobilização contra a política de Paulo Guedes e Bolsonaro foi aprovada no 13° Concut na semana passada, mas “queremos chamar todas e todos para que estejam presentes nessa luta”, disse presidente da CUT

Roberto Parizotti (Sapão)
Mobilização do dia 10 de agosto

No primeiro ato depois da eleição da nova direção Nacional da CUT, no próximo dia 30, em Brasília, em frente à sede do ministério da Economia, os dirigentes vão defender o patrimônio público, a implementação de políticas de geração de emprego e renda e o fortalecimento do diálogo com a sociedade que precisa saber dos prejuízos que o programa de privatização do governo de Jair Bolsonaro (PSL) representa para o Brasil e para os brasileiros.

“A classe trabalhadora tem uma missão importante de não permitir a destruição da soberania e não permitir a entrega dos direitos duramente conquistados”, disse o presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao convocar para a mobilização em Brasília os trabalhadores e trabalhadores que foram a Avenida Paulista para o ato em defesa da liberdade do ex-presidente Lula neste domingo (13).

A mobilização do dia 30 foi aprovada no 13° Congresso Nacional da CUT na semana passada, mas “queremos chamar todas e todos para que estejam presentes nessa luta”, disse,  

Queremos conversar com as demais centrais e movimentos sociais para ocuparmos as ruas de Brasília contra as políticas de Paulo Guedes e Bolsonaro, para defender a Petrobras e a Amazônia que são patrimônios do povo brasileiro e não deles- Sergio Nobre


Enquanto o mundo reestatiza, Brasil privatiza

Na contramão do mundo, que entre 2000 e 2017 reestatizou pelo menos 884 empresas de um total de 835 privatizadas que aumentaram os preços e ofereceram um serviço de má qualidade à população, o governo Bolsonaro anunciou que vai vender ou extinguir 17 empresas públicas, como Correios, Telebras, Eletrobras, CBT e EBC. A Petrobrás não está na lista divulgada, mas o ministro já falou que vai privatizar a principal estatal do país. O Sindicato dos Petroleiros da Bahia denunciou que a Petrobras vai encerrar as atividades em todo o Nordeste, a começar pela sede da empresa em Salvador. Os bancos públicos – Caixa e Banco do Brasil – também estão na mira dos privatistas.

Destruição do país e a resistência

Para o presidente da CUT, o projeto da direita para fraudar a eleição em 2018, eleger um presidente de extrema direita e implementar a proposta neoliberal de arrocho social, trabalhista e previdenciário e acelerar o programa de privatização, que teve início no governo do ilegítimo Michel Temer (MDB-SP), começou com o golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Rousseff e culminou com a prisão injusta do ex-presidente de Lula.

“A Lava Jato, que a gente já denunciava desde o início, a pretexto do combate à corrupção, tinha um projeto político e um projeto de poder. Para consolidar o seu projeto tinha que prender o presidente Lula e as denúncias do ‘Intercept Brasil’ mostram de forma clara o que eles queriam na verdade”, disse Sergio Nobre.

De acordo com o dirigente, “eles ficaram a vontade para colocar o projeto político deles em prática, privatizar a Embraer, destruir o setor da construção civil, as universidades brasileiras, a pesquisa, a ciência, os direitos trabalhistas e previdenciários e, como se não bastasse, ainda querem a privatização da Petrobras e do Pré-Sal”.

Trecho da resolução do 13º Concut que propôs a mobilização do dia 30, ressalta justamente a defesa do patrimônio que pertence aos brasileiros e brasileiras. ”O patrimônio nacional, os recursos naturais e os serviços públicos representam parte das riquezas do nosso país e os trabalhadores não aceitarão o desmonte, a mercantilização e a privatização destas importantes conquistas do povo brasileiro”.

O documento reforça ainda a necessidade de fortalecimento da unidade das trabalhadoras e dos trabalhadores para lutar contra os ataques aos direitos e intensificar o debate com a sociedade sobre a importância da defesa das empresas públicas, das estatais e dos serviços públicos, mostrando que, enquanto o mundo se arrepende das vendas, o Brasil prepara uma liquidação.