• Kwai
MENU

CUT debate importância da COP 30 para a classe trabalhadora nesta quinta (10)

Primeiro encontro do Ciclo de Debates Formativos para a COP 30 debaterá a relação entre os temas da COP 30 e seus impactos à classe trabalhadora. Debate será transmitido pelo Youtube da CUT

Publicado: 08 Abril, 2025 - 21h32 | Última modificação: 09 Abril, 2025 - 09h00

Escrito por: André Accarini

CUT
notice

O primeiro dos encontros do Ciclo de Debates Formativos COP 30: Soberania, Crise Climática, Transição Justa e a Luta Sindical, organizado pela CUT Nacional, das por meio das secretarias Geral, de Formação, Relações Internacional e Meio Ambiente, será realizado neta quinta-feira, 10 de abril , a partir das 19h.

Os debates são dirigidos à participação dirigentes da Direção Nacional da CUT, das CUTs Estaduais, sindicatos filiados e ramos (federações e confederações) e da rede nacional de Formação da CUT, que engloba as secretarias de formação das estaduais e dos ramos, além dirigentes de organizações sociais parceiras da Central – movimentos sociais, populares e religiosos. Serão oito encontros virtuais e um presencial.

Clique aqui para mais informações e a programação do Ciclo de Debates

O tema do primeiro debate será A importância da COP 30 para a classe trabalhadora: o que temos a ver com isso?  Participarão os dirigentes da CUT, Renato Zulato, (Secretário-Geral),  Rosane Bertotti (secretária nacional de Formação), Antônio Lisboa (Relações Internacionais) e  Rosalina do Socorro (Meio Ambiente).

Convidado especial, Leonardo Souza, representante do Ministério das Relações Exteriores também estará presente.

O debate: o que a classe trabalhadora tem a ver com a COP 30?

Em entrevista ao Portal da CUT, o secretário de Relações Internacionais da Central, Antônio Lisboa, reforçou que a COP 30 trata de questões que impactam diretamente na vida da classe trabalhadora.

Ele pontua que o debate traz como meta dialogar com dirigentes sindicais sobre os temas da COP 30 para uma melhor preparação não apenas para o evento, mas também em outras instâncias como na reivindicação de políticas públicas e negociações coletivas, ou seja, no dia-a-dia da classe trabalhadora.

“Quando a perguntamos o que a COP 30 tem a ver conosco, é isso. A crise climática impacta diretamente nas nossas vidas. Uma das questões que os trabalhadores levarão à COP é a transição justa, que é mudar o modelo de produção poluente para um modelo sustentável, mas não às custas de direitos laborais, direitos humanos, salários e condições de vida e trabalho”, diz Lisboa.

Ele se ilustra como exemplo a implementação de parques eólicos, um modelo de geração de energia sustentável, mas que traz impactos aos trabalhadores como violação de direitos humanos, insegurança alimentar e empregos precários.

Confira aqui a série de matérias produzidas pela CUT sobre as Eólicas

Outros aspectos sobre o que a classe trabalhadora tema ver com a COP 30 podem ser traduzidos pelos fatos da vida cotidiana. Lisboa fala sobre ondas de calor e as condições de trabalho ocasionadas pelas mudanças climáticas que o mundo vive.

“O estresse térmico, por exemplo, vem em função das condições de trabalho nos vários setores e que são ocasionadas pelo aumento da temperatura. Em 10 anos, mais de 19 mil morem por isso. É algo grave. Não está na agenda central da COP 30, mas é consequência das mudanças climáticas e tem que ser debatido”, diz o dirigente, se referindo à atuação do movimento sindical durante o evento.

Resultados

Lisboa afirmou ainda, durante a entrevista, que a atuação do movimento sindical na COP 30 é fundamental, mas não deve ser única. De acordo com ele, o clico de debates também vai discutir caminhos para que temas como garantir que uma transição energética não seja feita à base da retirada de direitos e impactos negativos à classe trabalhadora, não dependa apenas de legislações e decisões governamentais, mas que seja pauta das lutas e negociações coletivas das categorias de trabalhadores.

“Lutamos por legislações que nos defendam, mas é preciso garantir que a negociação coletiva seja um instrumento de defesa eficaz. É mais imediata. Imagine um trabalhador em uma fábrica e que em função do calor, o ambiente vire ‘um forno’. Ele vai saber sobre estresse térmico porque está vivendo isso, no dia a dia. Mas se for esperar uma lei ser aprovada, vai demorar para saber do que se trata”, afirma o secretário de Relações Internacionais da CUT.

“Estamos falando sobre  valor do trabalho. Tem que chegar nas pautas de reivindicações. É a forma como você faz com que o tema alcance o conjunto da sociedade”, pontua o dirigente.

Já a secretária de Meio Ambiente da CUT, Rosalina do Socorro, reforça que a ação sindical para uma Transição Justa depende da formação da classe trabalhadora para a luta pelo trabalho decente, justiça ambiental e social. Por isso, ela destaca a importância do Ciclo de Debates promovido pela CUT.

“A defesa do meio ambiente e o enfrentamento às mudanças climáticas já é uma realidade para a maioria dos sindicatos. Por isso, a promoção dos debates rumo a COP 30 é uma oportunidade de aprofundar essa discussão para o conjunto da CUT e trazer mais clareza das nossas tarefas nos diversos espaços em que atuamos", diz a dirigente.

Sociedade é parte do processo

Ainda que muito se fale sobre a COP 30, que ela seja destaque nos noticiários, é importante que a sociedade, em especial a classe trabalhadora, tenha um ‘contato’ maior com o que está em discussão. Antônio Lisboa afirma que “a sociedade ainda precisa se apropriar dos temas abordados na COP 30”.

“Sem dúvida, os debates da COP geram consequências para a humanidade. No entanto, esses debates ainda se concentram em setores da sociedade que estão mais envolvidos como as organizações, o movimento sindical, que precisa avançar ainda mais. Portanto, é fundamental que a sociedade e a classe trabalhadora se apropriem, se envolvam, tomem conhecimento do tema, participem das questões discutidas”. Lisboa reforça que os debate promovidos pela CUT são um caminho essencial para que esses temas cheguem aos trabalhadores.