Escrito por: Érica Aragão

CUT debate organização e saúde nos locais de trabalho pós reforma Trabalhista

Trabalhadores e trabalhadoras vão debater em seminário, entre os dias 21 e 22, o mundo do trabalho, a reforma Trabalhista e os impactos na saúde e na vida da classe trabalhadora

Roberto Parizotti

O ‘Seminário reforma Trabalhista, Saúde e Organização no local de trabalho (OLT): desafios e estratégia sindical da CUT’, que ocorre entre os dias 21 e 22 de novembro, na sede da CUT, em São Paulo, é organizado pelas secretarias de Saúde do Trabalhador, Relações do Trabalho e Organização Sindical.

No Seminário, com painéis temáticos, os trabalhadores e trabalhadoras vão debater sobre o mundo do trabalho, a reforma Trabalhista e os impactos na saúde e na vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, além de experiências e desafios para a organização no local de trabalho (OLT) e representação sindical. Uma pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre como a reforma Trabalhista coloca a saúde da população em risco também será lançada durante a atividade.

A nova Lei trabalhista – Lei nº 13.467/20171 -, afeta vários aspectos relacionados às condições de trabalho, às negociações coletivas, à organização sindical e a Justiça do Trabalho. No aspecto das condições de trabalho, diversifica as formas possíveis de contratação, flexibiliza e amplia a jornada, facilita as demissões, flexibiliza as formas de remuneração, e altera as condições de trabalho.

A vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, participou da mesa de abertura, nesta quarta-feira (21), e afirmou que a reorganização do movimento sindical diante do novo cenário com a reforma Trabalhista será fundamental. Segundo ela, o ambiente de precarização das relações de trabalho foi oficializado com a reforma, em vigor há mais de um ano, e isso fica mais evidente “quando a gente vê grávida trabalhando em local insalubre”.

“Querem desorganizar o que construímos até agora, mas já nos reconstruímos várias vezes e não será agora deixaremos de lutar”, disse Carmen.

Roberto ParizottiCarmen Foro, vice-presidenta; Madalena Margarida da Silva, secretária de Saúde do Trabalhador; Ari Aloraldo do Nascimento, secretário de Organização Sindical; e Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho

Para a secretária de Saúde do Trabalhador, Madalena Margarida da Silva, uma das organizadoras da atividade, a reforma Trabalhista vai causar muitos impactos negativos na organização da luta em defesa dos direitos da classe trabalhadora.

“Temos que, juntos, escolher a melhor forma e jeito de nos reorganizarmos para enfrentar os inúmeros desafios colocados pelo ilegítimo Michel Temer e os outros que virão depois da posse do presidente eleito, Jair Bolsonaro”, alertou.

Segundo a secretária de Relações do Trabalho, Graça Costa, é importante olharmos os impactos da reforma na perspectiva da saúde dos trabalhadores nos locais de trabalho.

“Quando foi o texto da reforma Trabalhista foi aprovado a gente não sabia qual era o pior ponto. Eles mexeram em mais de 100 itens da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Agora, o debate será sempre na perspectiva de pensarmos na nossa caminhada. Vamos conseguir avançar neste momento tão difícil que estamos vivendo”, afirmou.

Para o secretário de Organização Sindical, Ari Aloraldo do Nascimento, este é só um ponta pé para trabalharmos qual o modelo organizativo da CUT com a reforma Trabalhista. Segundo Ari, “o reconhecimento agora virá pela luta e organização que vão garantir a representatividade nos locais de trabalho”.