Escrito por: Walber Pinto

CUT debate valorização dos trabalhadores do SUS em conferência da saúde

Durante os quatro dias da etapa nacional, 4ª CNGTES mobilizou todas as regiões de saúde do país

CUT

A CUT, por meio da Secretaria Nacional de Saúde do Trabalhador, participou da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde (CNGTES), entre os dias 10 e 13 de dezembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília. A atividade debateu durante quatro dias o tema “Democracia, Trabalho e Educação na Saúde para o Desenvolvimento: Gente que faz o SUS acontecer”.

A 4ª CNGTES mobilizou todas as regiões de saúde do Brasil com foco na educação permanente das equipes de saúde para o aprimoramento do trabalho e do cuidado, além da revisão dos processos de formação de profissionais da saúde.

A secretária nacional da Saúde do Trabalhador da Central, Josivania Ribeiro Cruz, avalia que a CUT teve participação ativa na etapa nacional, levando contribuições construídas em sua conferência livre preparatória. Os debates resultaram em propostas e análises que fortaleceram as discussões na etapa nacional da 4ª conferência.

“Durante os quatro dias da etapa nacional, a CUT reiterou sua defesa da saúde de quem cuida, reforçando que as trabalhadoras e trabalhadores do SUS precisam de condições dignas para desempenhar suas funções”, disse a dirigente.

A luta, segue a dirigente, é por um SUS público fortalecido e “eficiente que passa, necessariamente, pela valorização de suas equipes e pela garantia de ambientes de trabalho seguros e saudáveis”.

"A defesa da saúde de quem cuida tem sido uma agenda central para a CUT. Sem condições de trabalho dignas, não é possível assegurar a qualidade do atendimento no SUS, que é a maior política de inclusão social do Brasil", destacou a secretária de saúde.

A Central também chamou atenção para a necessidade de maior envolvimento do movimento sindical nos espaços de controle social do SUS, atuando como uma voz ativa na defesa de melhorias estruturais e de recursos para o sistema.

Temas levados pela Central

Entre os principais temas levantados pela CUT, destacaram-se: a precarização do trabalho no SUS, incluindo a baixa valorização, salários insuficientes e contratos precários, sobretudo devido à terceirização promovida por Organizações Sociais (OS); saúde e segurança no trabalho, com destaque para os diversos riscos e agravos à saúde enfrentados pelas trabalhadoras e trabalhadores do SUS, como jornadas exaustivas, violência no ambiente de trabalho e sofrimento mental; fortalecimento do SUS, por meio da consolidação de uma carreira única, ampliação de recursos, redução da jornada de trabalho e valorização das mesas de negociação coletiva; educação e formação no SUS, ressaltando a importância de políticas de saúde específicas para as trabalhadoras e trabalhadores do sistema e o fortalecimento do controle social e da participação popular.

Madalena Margarida Silva, representante da CUT no Conselho Nacional de Saúde, afirma que 4ª Conferência trouxe centralidade sobre o trabalho decente como estratégia para garantir o futuro do Brasil.

“A centralidade do debate é a valorização dos trabalhadores e trabalhadoras para garantir direitos, o debate da carreira única no Brasil, a estabilidade e o debate da terceirização e de como esses trabalhadores terceirizados têm relações precárias de trabalho”, disse.

O evento

A 4ª CNGTES reafirmou o compromisso com um SUS democrático, inclusivo e humanizado. A CUT segue mobilizada para garantir que os resultados dessa conferência sejam implementados, consolidando o Sistema Único de Saúde como patrimônio do povo brasileiro e pilar essencial da justiça social no país.

O Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) aponta que há atualmente no Brasil mais de 3 milhões de pessoas trabalhadoras em exercício no SUS. Deste total, 75% são mulheres, 47% possuem curso superior e a faixa etária média para ambos os gêneros é de 40 a 44 anos de idade. Em todas as cinco regiões, quem lidera o ranking de maior número de pessoas empregadas são os técnicos em enfermagem, ao todo, 769.203

Mais de 10 mil pessoas, de todo o Brasil, participaram das 27 conferências estaduais e distrital de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Os eventos, promovidos pelos respectivos conselhos e secretarias de Saúde, marcaram a conclusão de um movimento iniciado em 10 de junho, no Mato Grosso, e encerrado em 27 de setembro, em Roraima.

Além disso, o evento é parte desse exitoso processo de fortalecimento das instâncias de controle social como espaços de discussão em torno das políticas voltadas para a valorização das trabalhadoras e trabalhadores, implementação das ações de promoção da equidade, a expansão do acesso da população às ações e serviços de saúde, tendo em vista a universalidade da atenção e a integralidade do cuidado.

Os três eixos da conferência

Democracia, Controle Social e o desafio da equidade na gestão participativa do trabalho e da educação em saúde

Trabalho digno, decente, seguro, humanizado, equânime e democrático no SUS: uma agenda estratégica para o futuro do Brasil

Educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e do cuidado das pessoas que fazem o SUS acontecer: a saúde da democracia para a democracia da Saúde