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CUT defende agricultura familiar e a agroecologia fortes para o desenvolvimento

No Encontro do Macrossetor Rural da CUT, dirigentes rurais defenderam propor aos candidatos progressistas das próximas eleições um desenvolvimento rural sustentável via agricultura familiar e agroecologia

Publicado: 02 Julho, 2018 - 17h10 | Última modificação: 02 Julho, 2018 - 18h01

Escrito por: Rosely Rocha, especial para Portal CUT

Albino Oliveira/ Ascom Sead
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Mais de 70 representantes do campo e lideranças sindicais de todo o país debateram durante três dias, em Brasília, o futuro do setor rural brasileiro frente ao golpe de 2016, que desmantelou as políticas públicas da agronomia que fomentaram políticas de crédito, de produção, moradia no campo e da agricultura familiar.

No II Encontro Nacional do Macrossetor Rural da CUT, com o tema central ‘Pensar, agir, propor o Desenvolvimento Rural no século XXI e a Plataforma da CUT’, foram debatidas a importância fundamental do campo na estratégia de desenvolvimento do país, seja na perspectiva da produção de alimentos saudáveis, seja na luta pela reforma agrária, a consolidação de propostas de desenvolvimento rural sustentável, a disputa de um projeto político para o país de modelo de produção baseado na sustentabilidade e como contribuir com a plataforma da classe trabalhadora e fortalecimento do sindicalismo no campo, além de propostas a serem encaminhadas para candidatos progressistas às próximas eleições.

“A agricultura familiar é a garantia da produção dos alimentos que vão à mesa do povo brasileiro. Por isso, focamos duas questões – produção de alimentos e reforma agrária - como prioritárias para serem encaminhadas aos candidatos progressistas”, diz Carmen Foro, vice-presidenta da CUT Nacional.

Segundo ela, o debate feito no Encontro, em parceria com a Fundação Perseu Abramo, vai contribuir com o que está sendo construído no campo da esquerda para as próximas eleições.

Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag ) Aristides Santos, o momento político brasileiro é difícil, mas é preciso restabelecer a democracia pelo voto popular.

“Temos de ter unidade no campo cutista, produzir propostas e ideias para serem defendidas dentro de uma plataforma política à presidência da República. Não podemos ter apenas como foco a renovação do Congresso Nacional com candidatos progressistas”, avalia Aristides.

O II Encontro do Macrossetor Rural da CUT debateu ainda quais as políticas públicas para jovens e mulheres do campo a serem defendidas pelas entidades presentes e um calendário de atividades de agenda interna para dialogar com outros macrossetores.

“Entendemos a importância da juventude e das mulheres nessa nova agricultura, seja a agroecologia, seja a agricultura familiar. Tanto as mulheres como os jovens são mais atuantes e compromissados em mudar a agricultura do Brasil. Por isso, precisamos dar maior visibilidade a eles”, afirma o presidente da Contag.

Aristides defendeu ainda propor políticas de defesa do campo brasileiro, feitas pelos rurais, para a Central Única dos Trabalhadores também colocar em prática.

“Se a CUT não tem uma política mais consistente para o setor, é a nossa responsabilidade enquanto cutistas do campo fazer essas propostas”, diz o dirigente.

Já para a vice-presidenta da CUT, o Encontro serviu ainda para “atualizar as perspectivas da Central, as formas de lutas e quais serão os novos desafios do campo brasileiro, frente aos desmontes do governo golpista, além de colocar a CUT na vanguarda dessa importante luta”.

O II Encontro Nacional do Macrossetor Rural da CUT realizado de 19 a 21 de junho, foi promovido pela CUT, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Contraf Brasil), com apoio da Fundação Perseu Abramo (FPA) e a presença da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar).