Escrito por: CUT-RS

CUT e centrais cobram projeto do governo do RS para reajuste do mínimo regional

CUT e demais centrais do RS cobram audiência com o governo para tratar do envio de PL, em regime de urgência, para a Assembleia Legislativa, com uma proposta de reajuste do salário mínimo regional de 2022

Divulgação/Palácio Piratini

A CUT demais centrais sindicais do Rio Grande do Sul cobram audiência com o governo Eduardo Leite/Ranolfo Vieira Jr. (PSDB) para tratar do envio de um projeto de lei, em regime de urgência, para a Assembleia Legislativa, com uma proposta de reajuste do salário mínimo regional de 2022.

No último dia 9, durante mobilização no centro de Porto Alegre, o chefe do gabinete da Casa Civil, Jonatan Brönstrup, recebeu uma representação das centrais no Palácio Piratini e prometeu agendar uma reunião depois de ser votado o Projeto de Lei Complementar (PLC) nº 48/2022, que trata do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o que aconteceu na última terça-feira (17).

Um documento já foi protocolado pelas centrais no Piratini, reiterando o pedido de audiência com o governo tucano.

Centrais reivindicam 15,58% de reajuste para repor inflação

Com data-base em 1º de fevereiro, as centrais entregaram ao governo tucano, em 15 de fevereiro, a reivindicação de 15,58% de reajuste para o mínimo regional deste ano, considerando a reposição de 10,60% referente à variação do INPC de 2021 até janeiro deste ano e a recuperação de 4,50% correspondente ao INPC de 2019, que não foi pago em 2020, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

No entanto, a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul), junto com as demais federações empresariais, defende outra vez o congelamento do chamado piso regional, ignorando que reajuste salarial incrementa o consumo e a produção, ajudando a girar a roda da economia.

Cada mês sem reajuste significa tirar dinheiro do bolso do trabalhador

O secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, critica a demora do governo em enviar um projeto de reajuste aos deputados. Ele alerta que “cada mês sem reajuste significa a retirada descabida de dinheiro do bolso do trabalhador e da trabalhadora pelas empresas, no exato momento em que a inflação disparou, sobretudo diante dos aumentos dos alimentos, da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, por causa da política nefasta do governo Bolsonaro”.

A presidente do Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda (Ceter), Maria Helena de Oliveira, destaca que esse espaço tripartite poderia ser um importante lugar de diálogo e negociação acerca do piso regional, a exemplo do Paraná e Santa Catarina.

Ela, que é também secretária de Formação da CUT-RS, ressalta que o novo secretário estadual de Trabalho, Emprego e Renda, Hamilton Sossmeier, disse que levou ao conhecimento do secretário-chefe da Casa Civil, Arthur Lemos, as propostas das centrais e dos empresários debatidas na mesa de diálogo para tratar do piso regional, promovida pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdeci Oliveira (PT).

Essa mesa reuniu centrais, federações empresariais e governo do estado, porém terminou sem acordo entre as partes. Houve três rodadas de conversas, em 13 de abril, 16 e 30 de março, sob a coordenação do deputado Luiz Fernando Mainardi (PT).

 RS paga mais baixo piso regional no Sul do Brasil

Único sem reajuste em 2022, o Rio Grande do Sul tem o mais baixo piso regional no Sul do Brasil. Segundo estudo do Dieese, o Estado paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.

Confira a tabela comparativa dos três estados

O impasse em torno do piso regional será discutido na reunião semanal do Fórum das Centrais Sindicais, que ocorre nesta terça-feira (24), às 14h, na capital gaúcha.

“Vamos avaliar a situação e intensificar a pressão nas ruas e nas redes sobre o governo, que vem ignorando as reivindicações da classe trabalhadora, que está cada vez mais empobrecida, enquanto concede generosas isenções e renúncias fiscais para grandes empresas”, destaca Antônio.

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