CUT e centrais começam Jornada por Empregos e Direitos nesta terça (10)
Os sindicalistas vão começar o diálogo para explicar os prejuízos da carteira verde e amarela com a população de São Bernardo do Campo. Jornada vai até a sexta em outros locais
Publicado: 09 Dezembro, 2019 - 16h09 | Última modificação: 09 Dezembro, 2019 - 16h15
Escrito por: Érica Aragão
Para dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras e com a população em geral sobre os impactos da Medida Provisória (MP) nº 905, do Programa Verde e Amarelo, os representantes da CUT e demais centrais sindicais - Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central, CGTB, Intersindical, Intersindical Instrumento de Luta e Conlutas – iniciarão nesta terça-feira (10) uma Jornada de Lutas por Empregos e Direitos. [Veja calendário completo abaixo].
A abertura da jornada será em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, durante a madrugada. Às 5 horas da manhã os sindicalistas estarão na porta da Volkswagen conversando com os trabalhadores e as trabalhadoras para que entendam a importância de se somar a luta contra a MP 905, que cria a carteira verde e amarela cujo objetivo é criar empregos com menos direitos para jovens de 18 a 29 anos.
A MP do governo de Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, o banqueiro Paulo Guedes, é uma nova e dura reforma Trabalhista. A proposta do governo altera mais de 40 dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), permitindo a redução do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o parcelamento do 13º e férias, o fim do pagamento das horas extras para o trabalho aos domingos que será liberado para diversas categorias profissionais. E ainda, taxa os desempregados em até 7,5% para isentar os empresários de 34% de encargos trabalhistas.
“O movimento sindical e todas as centrais sindicais, junto com a CUT, estarão nas ruas denunciando a retirada de direitos promovida pelo governo Bolsonaro. Vamos mostrar para população brasileira os riscos que o país está correndo com o desmonte das políticas públicas e a retirada sem precedentes na história dos direitos dos trabalhadores”, afirmou o presidente da CUT, Sérgio Nobre, que estará nesta terça no pátio da Volks.
Depois que encerrarem a atividade na montadora, os sindicalistas e as sindicalistas vão caminhar na Rua Marechal Deodoro, rua de comércio no centro de São Bernardo, para dialogar com os trabalhadores e as trabalhadoras sobre o que esta MP significa de fato .
“Nós estamos vivendo um momento muito grave e o movimento sindical não pode só ficar nos locais de trabalho, nós temos que falar com a comunidade, nos bairros e trazer esse povo para a luta na defesa dos serviços públicos, do sistema de proteção social que nós conquistamos com muita luta, e também na defesa de emprego decente e do direito”, ressalta o presidente da CUT.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC), Wagner Santana, o Wagnão, a MP é mais um passo deste governo para destruir toda rede de direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e facilitar a vida do empresário.
“Essa tal carteira de trabalho verde e amarela cria mesmo é um “Bolsa Patrão”, com dinheiro retirado dos nossos jovens desempregados e desesperados por um primeiro emprego. Não podemos nos calar”, afirmou Wagnão.
Assim como o diálogo que os sindicalistas farão com o povo, o material que será usado na panfletagem nas praças, nas portas das empresas e nas ruas da região também mostra que o movimento sindical tem propostas para criar mais empregos e fazer o país voltar a crescer.
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, disse que esclarecer a sociedade sobre a nefasta MP é fundamental, mas também ressalta a luta por mais empregos. “Contamos com o apoio e a participação de todos nesta jornada contra a MP 905, para fortalecermos a luta por emprego, direitos e uma vida melhor para a classe trabalhadora e a sociedade brasileira em geral”.
Tramitação
A MP, em vigor desde 11 de novembro, vence em 120 dias, sem contar o recesso parlamentar. Para valer definitivamente é preciso que a MP 905 seja apreciada, analisada e votada pelo Congresso Nacional. Se não for votada neste prazo, a medida perde a validade.
Confira o calendário completo:
Dia 10/12 – Terça-feira
05 h – Volks - Rodovia Anchieta Km 23 – SBC
05 h- Colgate – Km 14, via Anchieta, SBC – Rudge Ramos/SBC
06 h – Panfletagens nos terminais de Trólebus em SBC, Diadema e Santo André e nas estações de trem em Ribeirão Pires e Santo André.
08h30 – Panfletagem e diálogo com a população na Rua Marechal Deodoro, centro de SBC
Dia 11/12 – Quarta-feira
05 h – Panfletagem na metalúrgica MWM – Avenida Nações Unidas 22.002 e em mais 10 fábricas da Zona Sul de São Paulo.
08h – Panfletagem e diálogo com a população nos terminais de Santo Amaro e Largo 13 de Maio. Também vai ter mobilização na Praça Floriano Peixoto, também na Zona Sul de São Paulo.
Dia 12/12 – Quinta-feira
06 h – Panfletagens nas estações do Metrô em São Paulo: Itaquera, Arthur Alvin, Sé, Barra Funda e Brás.
06 h - atividades e assembleias nas fábricas em São José dos Campos
08 h – a luta será em Campinas. Terá panfletagem e diálogo com a população no terminal de ônibus intermunicipal e no Calcadão da Catedral.
Dia 13/12 – Sexta-feira
06 h – panfletagem nas estações de Osasco e Carapicuíba