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CUT e centrais defendem reposição de 10,3% ao mínimo regional em Porto Alegre

Na Tribuna Popular realizada na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, sindicalistas defenderam a reposição de 10,3% no salário mínimo regional. O índice corresponde à variação do INPC, em 2019 e 2020

Publicado: 17 Agosto, 2021 - 10h13 | Última modificação: 17 Agosto, 2021 - 10h21

Escrito por: CUT-RS

Carolina Lima / CUT-RS
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CUT e demais centrais sindicais participaram de Tribuna Popular na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, nesta segunda-feira (16), e defenderam a reposição de 10,3% no salário mínimo regional. O índice corresponde à variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2019 e 2020.

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que falou em nome das centrais, disse que o chamado piso regional se encontra congelado desde 1º de fevereiro de 2019. “A cesta básica teve reajuste de 34,7%, sendo 28% só nos últimos 12 meses; o arroz, 53%; feijão, 37%; carne, 35%; e o óleo de soja, 98%”, ressaltou. 

No entanto, o projeto que o governador Eduardo Leite (PSDB) enviou para a Assembleia Legislativa prevê uma reposição de apenas de 2,73%. “Um acinte”, disse o sindicalista.

Reajustes em Santa Catarina e Paraná não aumentaram desemprego
 
Guiomar rebateu o argumento usado pelo governo estadual de que um índice maior “prejudicaria a competitividade das empresas gaúchas com os estados vizinhos”. Ele explicou que o Paraná aumentou em 12,29% e Santa Catarina em 10,62% os seus mínimos regionais. 

“Estados que tem salário mínimo regional, tem índices de desemprego bem inferiores ao nível nacional”, frisou, observando que, enquanto a taxa do país é de 14,7%, a do RS é de 9,3%, e PR e SC apresentam taxas em 9,2% e 6,2%, respectivamente.

Para o dirigente sindical, “valorizar o salário mínimo regional é valorizar o trabalho, a distribuição de renda, apoio ao setor produtivo e condições básicas para a economia do estado gerar emprego e renda”. Ela apontou que o piso regional “é a solução para a economia gaúcha” e “dá poder de compra às populações que mais precisam e fazem a roda da economia girar”.

Ao final, o presidente da CTB-RS solicitou a adesão dos vereadores à moção de apoio a ser enviada à Assembleia Legislativa para pressionar os deputados a atender à reivindicação dos trabalhadores que recebem os menores salários no Rio Grande do Sul.

Vereadores de oposição apoiam mínimo regional

Após o pronunciamento, os vereadores Pedro Ruas (PSOL), Jonas Reis (PT), Daiana Santos (PCdoB) e Matheus Gomes (PSOL) foram à tribuna e, em nome de suas bancadas, se manifestaram favoráveis ao reajuste do mínimo regional. 

“Salário mínimo regional é uma conquista do povo gaúcho. Nós, como vereadores, que apoiam o povo, somos favoráveis a que realmente o poder de compra dos trabalhadores gaúchos esteja na ordem do dia do governo estadual. O mínimo são os 10% de aumento, para quem trabalha. Estou junto nessa luta, na luta das centrais sindicais. Valorização do mínimo regional de verdade, comida na mesa e salário digno no bolso”, defendeu Jonas.

Reposição da inflação é direito dos trabalhadores

Para o secretário de Administração e Finanças da CUT-RS, Antonio Güntzel, que sentou à mesa da Câmara, a reposição da inflação é um direito dos trabalhadores e mantém o poder de compra do mínimo regional. “Essa ferramenta de distribuição de renda beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores e trabalhadoras no RS, favorecendo categorias que não têm piso salarial determinado em acordo coletivo, como trabalhadoras domésticas, motoboys e assalariados rurais, dentre outras”, explicou.

Antonio criticou o projeto rebaixado de reajuste encaminhado pelo governador tucano. “Esperamos que os vereadores possam ter se sensibilizado e compreendido a gravidade da situação vivida pelos trabalhadores, diante do aumento dos preços de alimentos e da disparada dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha”, enfatizou.

Com informações da Câmara Municipal de Porto Alegre