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CUT e centrais negociam reposição da inflação do piso regional com governo do RS

Sindicalistas reafirmaram reivindicação de reajuste de 15,58% para este ano. O índice repõe as perdas inflacionárias de 2021 até janeiro de 2022 e o percentual correspondente a 2019, que não foi pago em 2020

Publicado: 10 Junho, 2022 - 15h59 | Última modificação: 10 Junho, 2022 - 16h04

Escrito por: CUT-RS

Kevin Kapel – Palácio Piratini
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Em reunião ocorrida na manhã desta sexta-feira (10) com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos Jr., no Palácio Piratini, as centrais sindicais no Rio Grande do Sul reafirmaram a reivindicação de reajuste de 15,58% para o salário mínimo regional deste ano. O índice repõe as perdas inflacionárias de 2021 até janeiro de 2022 e o percentual correspondente a 2019, que não foi pago em 2020.

Os dirigentes da CUT, CTB, Intersindical e Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais (Fetar-RS) defenderam a reposição da inflação e o envio de um projeto de lei, em regime de urgência, para a Assembleia Legislativa. Isso garantirá a votação no prazo de até 30 dias, evitando a demora verificada no ano passado, quando foi votado somente em dezembro. Além disso, há o atual processo eleitoral que impacta o funcionamento do legislativo.

O secretário de Organização e Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo, ressaltou que a data-base do chamado piso regional é 1º de fevereiro e o governo Eduardo Leite / Randolfo Vieira Jr. (PSDB) está outra vez atrasado no encaminhamento do projeto aos deputados.

A reivindicação foi entregue pelas centrais em 15 de fevereiro, tendo sido recebida em mãos pelo então secretário do Trabalho, Emprego e Renda, Ronaldo Nogueira, e pelo secretário do Planejamento, Orçamento e Gestão, Cláudio Gastal. Cerca de 1,5 milhão de gaúchos e gaúchas recebem o piso regional.

Rio Grande do Sul paga o mais baixo piso regional no Sul do Brasil

Claudir salientou que o Rio Grande do Sul é o único estado do Sul do Brasil que ainda não concedeu reajuste em 2022, além de ter o mais baixo piso regional. Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o RS paga atualmente R$ 1.305,56 para a menor faixa salarial, enquanto o valor em Santa Catarina é de R$ 1.416,00 e no Paraná é de R$ 1.617,00.

“Não podemos ficar atrás dos estados vizinhos, cuja economia é muito parecida e possuem menores índices de desemprego, o que comprova que o mínimo regional é bom para trabalhadores e empresários”, ressaltou.

O secretário-chefe da Casa Civil ouviu as centrais, fez uma análise da conjuntura estadual e disse que já se reuniu com os representantes das federações empresariais que, no entanto, propuseram novamente a extinção do piso regional.

As centrais rebateram “a posição atrasada e ideológica” dos empresários que se opõem ao mínimo regional, enquanto eles têm negociado com os sindicatos acordos e convenções coletivas para a reposição da inflação aos funcionários de suas empresas. “É uma crueldade contra os trabalhadores que tanto sofrem com a inflação, a carestia e dependem do reajuste do mínimo regional para comprar alimentos e pagar as suas contas”, salientou o dirigente da CUT.

Projeto do governo será definido na próxima semana 

Ao final, Artur Lemos anunciou que se reunirá na próxima terça-feira (14) com o deputado Luiz Fernando Mainardi (PT), que tem pautado o assunto na Assembleia Legislativa, tendo ido no final do ano passado para Florianópolis e Curitiba para conhecer de perto a experiência dos dois estados, que negociam o reajuste no Conselho Estadual de Trabalho, Emprego e Renda.

Na quarta-feira (15), segundo o secretário-chefe da Casa Civil, o tema será debatido no âmbito do governo para definir o projeto que será enviado aos deputados. Na sequência, ele fará contato com as centrais para comunicar a decisão.

Para Claudir, “o piso regional é um poderoso instrumento de valorização do trabalho, do emprego e da renda, fomentando a economia gaúcha, pois aquece o consumo e a produção e amplia a arrecadação do Estado. Todos saem ganhando”.