Escrito por: Vanilda de Oliveira

CUT e demais centrais entregam proposta para direitos de trabalhador por aplicativo

Entrega foi nesta quinta-feira (1º) no Ministério do Trabalho e Emprego. Sérgio Nobre afirma que são 12 diretrizes com o objetivo de regulamentar e acabar com a precarização dos trabalhadores dessa categoria

MTE / Divulgação

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, participou na manhã desta quinta-feira (1º), em Brasília, da reunião das centrais sindicais e entidades que representam trabalhadores e trabalhadores por aplicativos com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho e sua equipe. No encontro, foi apresentada a proposta com 12 diretrizes para regulamentar o trabalho da categoria. (Veja abaixo).

Assinada pela CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Pública, CSP-Conlutas e Intersindical Central da Classe Trabalhadora, as propostas, segundo Sérgio Nobre, são resultado de ampla audição e diálogo com representantes dos trabalhadores por aplicativos, em todo o Brasil, e serão levadas ao Grupo de Trabalho criado pelo governo Lula, que terá início oficial na próxima segunda-feira (5), após várias reuniões preparatórias. O GT será responsável por apresentar proposta de regulamentação das atividades executadas por aplicativos, previsto no Decreto nº 11.513.

O objetivo das propostas que serão debatidas no GT, afirma o presidente nacional da CUT, é acabar com a precarização dos trabalhadores e trabalhadoras dessa categoria, hoje totalmente desprotegida.

 “Nossa luta é garantir que tenham condições de trabalho decente, vencer esse desafio é muito importante para a nossa Central e isso não é de agora”, disse Sérgio Nobre. O presidente da Central lembrou que antes mesmo da pandemia de Covid-19, quando o trabalho por aplicativo teve papel essencial à população, a CUT aprovou resolução no seu 13º Congresso Nacional, em 2019, para lutar pela regulamentação e proteção da categoria, que foi ainda mais precarizada durante o governo anterior.

Com a eleição do governo democrático de Lula, essa luta ganhou ainda mais corpo e tomará forma para ser aprovada no Congresso Nacional.  “É indigno como esses trabalhadores atuam de forma precária, desprotegida, sem sindicato e sem direitos. Isso é inadmissível, é um crime no Brasil, que precisa acabar”

O que fortalece aqui na mesa é debater os direitos dos trabalhadores, é aquilo que o presidente Lula apresentou na campanha”, destacou o presidente nacional da CUT.

Sérgio Nobre pontou ainda a necessidade de se pensar numa estratégia de articulação para a construção de um possível de Projeto de Lei, que surgirá a partir do GT.

"A avaliação nossa é que a possibilidade de aprovação de proteção do trabalhador com esse Congresso é muito difícil. Muita coisa da proteção, que, inclusive, é conquista dos sindicatos, a gente poderia universalizar como outro instrumento, como um contrato nacional fechado com as empresas, um acordo marco regulatório das relações e que não tenha que passar pelo Congresso. Isso é algo que deveríamos considerar na nossa estratégia”, afirmou Sérgio Nobre.

MTE / DivulgaçãoMinistro Luiz Marinho (ao centro de gravata vermelha) e presidente da CUT e demais centrais

O ministro do Trabalho e Emprego Luís Marinho, destacou que a instalação do GT é parte do processo de reconstrução do Brasil, projeto de governo defendido pelo presidente Lula desde a campanha eleitoral de 2022.

“Estamos fazendo um grande esforço em um processo de reconstrução do país, que passou um período de verdadeiras trevas e desmonte. Por isso, precisamos reconstruir as relações do trabalho e o papel dos sindicatos. Esse debate aqui faz parte da reconstrução do Brasil que queremos, e vocês [trabalhadores] são protagonistas”, disse.

Veja a íntegra do documento com as diretrizes

Diretrizes sobre regulação das relações de trabalho em empresas-plataforma bancada dos (as) trabalhadores(as)

 

 Colaboração: Leandro Gomes (CUT-DF)