CUT e demais centrais saem às ruas na campanha contra os juros altos
Centrais sindicais e movimentos populares organizaram protesto em frente à estação de trem do Brás, no Largo da Concórdia, na capital de SP, exigindo a redução da taxa básica de juros da economia, a Selic
Publicado: 05 Julho, 2023 - 12h59 | Última modificação: 05 Julho, 2023 - 13h07
Escrito por: Redação CUT | Editado por: Rosely Rocha
Esclarecer a população de como a taxa de juros, a Selic, hoje em 13,75%, interfere no dia a dia encarecendo as parcelas do cartão de crédito, a taxa do cheque especial, a alimentação e todo e qualquer produto comprado foi o que fizeram representantes da CUT e demais centrais na manhã desta quarta-feira (5), na capital de São Paulo. O local escolhido para a panfletagem e diálogo com a população foi a estação de trem do Brás, no Largo da Concórdia, região central onde passam diariamente milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
A manifestação faz parte de uma Jornada Nacional de Luta contra os juros altos e a Política Monetária do Banco Central que ocorre em distintas partes do Brasil.
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A campanha contra os juros altos
A campanha foi lançada pelo presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, no dia 1º de Maio, na festa do Dia do Trabalhador, em São Paulo, que contou a presença do presidente Lula. Em seu discurso, o dirigente CUTista ressaltou que “o Brasil precisa voltar a crescer de forma vigorosa, gerar emprego que o povo precisa; acabar com a fome, que tinha acabado no governo Lula e, que para isso tem de cair a taxa de juros e Campos Neto deixar a presidência do Banco Central” (BC).
A CUT e demais centrais têm feito atos contra os juros altos em frente nas capitais em que há sedes do Banco Central. Para o movimento sindical diminuir a Selic é fundamental para o país retomar o crescimento da economia. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no dia 21 de junho, a taxa Selic foi mantida. gerando protestos dos representantes dos trabalhadores.
Em nota, a CUT criticou a autonomia do Banco Central e a manutenção de Roberto Campos Neto, um agente do então governo Bolsonaro, como presidente dessa instituição essencial à regulação macroeconômica, beneficiam a minoria de especuladores e rentistas, em prejuízo da classe trabalhadora, quem produz, comercializa, presta serviços, enfim, da maioria da população, que não aguentam as altas taxas de juros praticadas do Brasil.
A manutenção da taxa Selic obriga o governo a gastar mais na negociação dos títulos públicos federais. Mantê-la alta, desnecessariamente, prejudica o investimento produtivo e a geração de emprego e renda. Faz o governo gastar bilhões com juros e ficar com menos recursos para investir em saúde, educação, desenvolvimento científico, moradia, obras e fomentar o investimento produtivo.
O presidente Lula (PT) também tem se manifestado contra os juros altos, mas a decisão de tirar Campos Neto da presidência do BC depende do Senado Federal, depois que o Congresso Nacional decidiu pela independência da instituição.
"Não há explicação", salientou o presidente, para o patamar atual dos juros no Brasil. "O Senado, quando aprovou a autonomia do Banco Central, estabeleceu alguns critérios para que o Banco Central seja autônomo. Um deles é cuidar da inflação, outro é cuidar do crescimento e do emprego. E ele até agora tem cuidado pouco, porque ele estabeleceu uma meta que, pelo fato de ele não atingir, ele aumentou os juros de forma exagerada.”, disse Lula na semana passada.
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