Escrito por: Redação CUT

CUT entrega a Anfavea e a Doria proposta de acordo em defesa da vida e do emprego

Sindicalistas querem isolamento, que as montadoras participem do projeto de compra privada de vacinas para doar ao SUS e a  recriação da MP para liberar corte de salários e jornadas

Reprodução

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, demais centrais e dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC) reivindicaram à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e ao governador João Doria (PSDB) medidas conjuntas de enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.

Os dirigentes sindicais querem que as montadoras participem do projeto de compra privada de vacinas para doar ao Sistema Único de Saúde (SUS) e pressionem o governo pela recriação da medida provisória para liberar corte de salários e jornadas, segundo nota publicada nesta quarta-feira (17) no Painel S/A.  

De acordo com a colunista Joana Cunha, o presidente do SMABC, Wagner Santana, o Wagnão, disse que é necessário um isolamento severo, com fechamento de fábricas, para conter a Covid-19. Segundo ele, uma nova edição da medida provisória preservaria empregos e pouparia os custos das empresas neste momento de crise.

Representantes da CUT e demais centrais sindicais também se reuniram com o governador de São Paulo, na tarde da última segunda-feira (15), no Palácio dos Bandeirantes, para tratar de um pacto conjunto de enfrentamento à pandemia. Diante do agravamento da situação, o movimento sindical cobra a interferência do governo estadual por medidas de restrição e proteção à vida, aporte às empresas, auxílio emergencial e aquisição de vacinas, segundo o site do sindicato.

Durante o encontro com Doria, Sérgio Nobre apresentou uma proposta de negociação articulada já entregue pelos metalúrgicos do ABC à Anfavea e ao Sindipeças.

“Precisamos dessa ação para diminuir o número de pessoas em circulação dentro das fábricas, construir um protocolo organizado para que as empresas privadas possam apoiar o poder público a fim de suprir a falta de leitos e mão de obra e ajudar na aquisição de vacinas. É preciso buscar de forma conjunta de recursos tanto para subsidiar a manutenção dos empregos quanto para pequenas empresas poderem sobreviver nesse período”.

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC e presidente da IndustriALL-Brasil, Aroaldo Oliveira da Silva, destacou a necessidade de ações conjuntas.

“Só vamos sair dessa pandemia com coordenação. Na ausência de uma coordenação nacional, o sindicato está buscando esforços junto aos sindicatos patronais e ao governos estadual e municipais para tentar enfrentar a pandemia da melhor maneira, discutindo o isolamento social, criando mecanismos de manutenção de emprego e renda e articulando com a iniciativa privada o suporte aos sistemas de saúde”, explicou.

O presidente da CUT ressaltou que a situação hoje é muito pior do que em março do ano passado, quando foi tratada a importância do lockdown. “Agora estamos com 2 mil mortos por dia e não temos auxílio emergencial, nem auxílio para as empresas poderem sobreviver, ou seja, o quadro é muito pior e sem as condições para fazer a parada. É por isso que as pessoas reagem quando se fala de lockdown”, detalhou.

“Temos que nos proteger, mas também temos que comer, se não tivermos os instrumentos para manter as pessoas em casa, fica muito difícil e essa é uma tarefa que o movimento sindical, o governo do Estado e os empresários precisam pensar juntos”, completou Sérgio Nobre.

Segundo ele, Doria assumiu o compromisso de ainda esta semana conversar com empresários, começando pelo setor automotivo que está com a conversa mais adiantada. “Isso é muito importante porque o governo do Estado tem condições de viabilizar o acordo e isso dá força para uma negociação nacional”.

Solidariedade

Durante a reunião, os representantes das centrais sindicais prestaram solidariedade ao governador e aos seus familiares pelos ataques e ameaças feitos por apoiadores extremistas do presidente Jair Bolsonaro.