CUT fará ciclo de debates preparatórios para a COP 30 a partir de 10 de abril

A CUT, por meio das secretarias Geral, de Formação, Relações Internacionais e Meio Ambiente, dará início ao Ciclo de Debates Formativos COP 30: Soberania, Crise Climática, Transição Justa e a Luta Sindical, atividade composta por oito encontros virtuais e um presencial, ao longo dos próximos meses, que abordarão, sob a ótica da classe trabalhadora, os temas que farão parte dos debates da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30, que será realizada em novembro deste ano, em Belém do Pará.

O objetivo do ciclo de debates é tratar de que forma os temas da COP 30 impactam na vida dos trabalhadores e trabalhadoras, além de debater as estratégias a serem adotadas pelo movimento sindical cutista tanto para a participação na conferência como na defesa dos direitos da classe trabalhadora em uma transição energética e frente às mudanças climáticas no planeta.

Iniciativa

O Ciclo de Debates faz parte do Plano Nacional de Formação (2025) definido durante o Encontro do Coletivo Nacional de Formação realizado em Florianópolis no mês de março.

De acordo com a secretária de Formação da CUT, Rosane Bertotti, o ciclo de debates é fundamental para que se compreenda todos os processos envolvidos no que se refere à COP. Este ano é 30ª edição da conferência que ao longo das últimas décadas, vem sendo realizada em diferentes países com o propósito de discutir soluções para a crise climática mundial, modelos energéticos sustentáveis e a responsabilidade das nações nessas questões (veja tópico sobre a COP ao final da máteria)

“A ideia do ciclo é compreender o que é e em que cenário será realizada a COP 30 no Brasil, em especial neste momento em que o governo do presidente Lula recoloca o Brasil com protagonista nas discussões internacionais sobre e em um momento de reconstrução de políticas sociais no país. Compreender também que é um processo para além do Brasil e da Amazônia, e o que os trabalhadores têm a ver com a COP”, diz a dirigente.

A realização do ciclo, portanto, vai destacar o que está em jogo com a COP 30 e que os temas a serem discutidos, como a crise climática e a transição justa têm relação direta com desenvolvimento econômico social e, em especial, com a vida dos trabalhadores.

Sobre crise climática e seus impactos, Rosane Bertotti cita como exemplo as situações de calamidade causadas pelas mudanças climáticas como as enchentes do Rio Grande do Sul no ano passado e as recentes chuvas no Rio de Janeiro como problemas que impactam diretamente a classe trabalhadora.

“É o trabalhador que vai perder sua casa, suas coisas, ou não vai poder voltar para casa no fim do dia por causa dessas tragédias”, diz ela, reforçando que os temas não podem se limitar à realização da COP 30. “São pautas que precisam ser apropriadas pela sociedade e discutidas para resultarem em políticas públicas, além de serem levadas às mesas de negociação coletiva das categorias de trabalhadores”.

São temas que tem a ver com a classe trabalhadora e temas que nós, do movimento sindical, precisamos nos aprofundar e debater, seja para discutir e interver na COP 30, ou para dialogar em políticas públicas locais, estaduais, federais, seja como pauta em negociações coletivas e trabalhadores

Programação do evento

Na programação estão previstos os seguintes debates, organizados pelas escolas sindicais da CUT, sempre a partir das 19h:

• 10/4: A importância da COP 30 para a classe trabalhadora: o que temos a ver com isso?
• 24/4: Transição justa, crise climática e social.
• 08/5: A vida na água, na terra e no ar.
• 22/5: Segurança alimentar e nutricional e a transição agroecológica
• 05/6: Justiça e mudanças climáticas, os impactos sociais, econômicos e na vida para a classe trabalhadora.
• 26/6: O desafio de tornar as cidades e comunidades mais inclusivas, seguras, resilientes e sustentáveis.
• 03/7: Paz e justiça social nos campos, florestas, águas.
• 17/7: Transição energética (justa) e eventos climáticos.

Os debates são dirigidos à participação dirigentes da Direção Nacional da CUT, das CUTs Estaduais, sindicatos filiados e ramos (federações e confederações) e da rede nacional de Formação da CUT, que engloba as secretarias de formação das estaduais e dos ramos, além dirigentes de organizações sociais parceiras da Central – movimentos sociais, populares e religiosos.

“É um ciclo aberto, com temas que se relacionam, de caráter nacional, mas ao mesmo tempo com particularidades regionais, onde cada Escola de Formação da CUT vai preparar e elaborar o conteúdo relacionado à COP 30 e que devem dialogar com as realidades locais, na vida das pessoas, no trabalho delas”, pontua a secretária de Formação da CUT.

Além de contribuir com suas experiências regionais, dirigentes terão a oportunidade de se aprofundar nos temas da COP 30. O ciclo de debates da CUT também será uma preparação da bancada cutista que participar´PA DA conferência em Belém.

“Será um grande evento com participação de muitos de nós. Aqueles que não puderem ir, poderão fazer ecoar os debates da COP em suas regiões. Estarão preparados para isso”, finaliza Bertotti.

A COP 30

Um dos eventos mundiais mais aguardados do ano, a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP 30 será realizada de 10 e 21 de novembro de 2025 em Belém do Pará.

No evento serão discutidas questões sobre a crise climática mundial e soluções que deverão ser adotadas pelos países para controlar o aquecimento global.

A COP é um encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima, entre elas modelos de matrizes energéticas sustentáveis.

A CUT e entidades filiadas, além de movimentos sociais participarão das atividades que envolvem a conferência no Brasil, com foco na proteção da classe trabalhadora frente aos impactos das mudanças climáticas e de modelos de transição energética que não sejam feitos ás custas dos trabalhadores, com precarização do trabalho e  deterioração de condições de vida seja no aspecto social, seja no aspecto econômico.

Os principais temas a serem discutidos na COP são:

1. Redução de emissões de gases de efeito estufa.
2. Adaptação às mudanças climáticas.
3. Financiamento climático para países em desenvolvimento.
4. Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono.
5. Preservação de florestas e biodiversidade.