Escrito por: Vanilda Oliveira

CUT, Força, UGT, CTB e o MST lançam Calendário Unitário de Lutas 2022 para São Paulo

Nesta segunda (14), às 18h, em Hortolândia, centrais sindicais e MST apresentam ações e mobilizações contra os desafios da fome, carestia, desemprego no Estado SP. Sérgio Nobre, falará na atividade

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CUT, Força Sindical, UGT, CTB e o MST apresentam, de forma unitária, o Calendário de Lutas 2022 para o Estado de São Paulo, nesta segunda-feira (14), em evento presencial para 500 convidados e convidadas, na Chácara Vitória, em Hortolândia, a 113 quilômetros da capital paulista.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, fará a apresentação de proposta de luta pelo transporte gratuito para o desempregado ou como já vem sendo chamado “vale transporte social”. O objetivo, segundo o dirigente, é apoiar a mobilidade e reinserção no mercado de trabalho daqueles que mais precisam.

“Hoje, o trabalhador gasta mais com transporte coletivo para ir e vir ao trabalho do que para comer. O desempregado não consegue se locomover para procurar trabalho. Esta deve ser uma luta permanente das centrais sindicais de negociação e pressão sobre o poder público”, afirma Sérgio Nobre.

 

Hoje, o trabalhador gasta mais com transporte  coletivo para ir e vir ao trabalho do que para comer.- Sérgio Nobre

O calendário apontará as iniciativas conjuntas dessas entidades para nortear, organizar e mobilizar as principais cidades do Estado, neste primeiro semestre de 2022, com o objetivo de denunciar, cobrar soluções, apresentar propostas e apoiar a população do Estado para enfrentar os problemas mais graves e urgentes, como a fome, desemprego, a carestia, mobilidade urbana.

Além dos presidentes nacionais e regionais das Centrais Sindicais e de líderes do MST, o lançamento do Calendário de Lutas terá a presença de lideranças políticas e partidárias do estado de São Paulo e da Região Metropolitana, como o prefeito de Hortolândia, José Nazareno Zezé Gomes; o ex-prefeito de Campinas e presidente estadual do PSB,  Jonas Donizette, e o presidente estadual do PT, Luiz Marinho. Vão abordar o impacto da crise econômica e social e os principais desafios a serem superados pelos municípios do Estado

Também participam do lançamento, a presidenta nacional o PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Ambos falarão sobre as iniciativas de mobilização dos partidos e propostas para superar a enfrentar o caos que se instalou no Brasil desde janeiro de 2019, conjuntura essa agravada pela incompetência do governo federal que gerou uma crise sanitária com a  péssima gestão do enfrentamento à pandemia de Coronavírus.

O Calendário de Lutas unitário das Centrais sindicais e MST tem como um dos principais focos reforçar às iniciativas de solidariedade contra a fome, tragédia que atinge 19 milhões de brasileiros e e outras 116 milhões de pessoas que vivem em insegurança alimentar, desde que o país voltou ao Mapa da Fome da ONU, em 2018.

Prioridade do Calendário de Lutas, o apoio aos desempregados, mais de 12 milhões no país, número que sobe para 28,3 milhões ao somar os subocupados (que vivem de bicos) e os desalentados (que desistiram de procurar trabalho), segundo dados do Dieese. Será parte do debate no lançamento do Calendário de Lutas cobrar e apontar soluções para ajudar essa população a se recolocar no mercado de trabalho, um contingente que nem sequer tem  dinheiro para acessar transporte público na  busca de emprego.

Para Sérgio Nobre, o debate sobre mobilidade urbana e a classe trabalhadora é urgente e fará parte dos  das ações estabelecidas pelo Calendário de Lutas porque, atualmente, o custo familiar com transporte público supera o de gastos com alimentação, segundo dados do IBGE. Desde 2016, 46% da força de trabalho sem ocupação se locomove de forma ativa, ou seja, a pé, o que impede aos desempregados a busca por trabalho, conforme aponta pesquisa do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômicas Aplicada).

Entre os usuários de transporte público, apenas 20% são beneficiários de gratuidades e oito em cada dez  (83%) passageiros, ou seja, 56 milhões de por dia, usam ônibus. As seguidas altas dos combustíveis impostas pelo governo federal só pioram a situação do trabalhador e daqueles que precisam procurar emprego.

Será a partir do Calendário de Lutas 2022, centrais sindicais e movimentos sociais vão organizar essas outras lutas e também espaços e locais nas principais cidades do estado com o objetivo de realizar ações de solidariedade, atividades de diálogo e escuta da população e formas de pressão sobre o poder público e o Parlamento para atendimento das reivindicações mais urgentes da população.

As ações acontecerão de forma simultânea em torno desse calendário unitário que será anunciado no evento.

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