Escrito por: CNM/CUT
Entidades podem firmar convênio para programas de formação
A CUT e a central sindical chinesa ACFTU (All-China Federation of Trade Unions) poderão firmar convênios para programas de formação sindical e profissional. A proposta começou a ser discutida entre dirigentes das duas centrais, durante programa de intercâmbio que ocorreu naquele país asiático.
A delegação cutista se reuniu com Xu Lu, dirigente da ACFTU responsável pelo tema, para conversar sobre o assunto. De acordo com Paulo Cayres, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), o convênio pode ser firmado no próximo ano, quando sindicalistas chineses virão ao Brasil como convidados para o Congresso Nacional da CUT, em outubro. “No âmbito específico dos metalúrgicos, também há esta perspectiva. Convidamos os sindicalistas do ramo industrial para o 9º Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT, que acontece em abril, e vamos aprofundar o diálogo a respeito”, destacou Cayres, que integrou a delegação cutista, ao lado da secretária-geral adjunta da CUT, Maria Aparecida Faria, da secretária de Comunicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Vestuário (CNTV), Márcia Gonçalves Viana, e dos presidentes das CUTs do Rio Grande do Sul, Claudir Nespolo, e do Rio Grande do Norte, José Rodrigues Sobrinho.
O programa de intercâmbio na China – do qual participam dirigentes de outras cinco centrais sindicais brasileiras – teve início na última quarta-feira (10), com um seminário de dois dias, em Pequim, que abordou as conjunturas econômicas e políticas dos dois países, as relações entre sindicatos e governo, as relações de trabalho, entre outros temas. “Os sindicalistas chineses elogiaram as políticas de combate à fome e à pobreza do Brasil narradas por nós e disseram que é um modelo que deveria ser seguido”, afirmou o presidente da CNM/CUT.
No que se refere aos direitos trabalhistas, Cayres contou que as negociações coletivas naquele país são tripartites (sindicatos, governo e empresas) e que os contratos coletivos de trabalho asseguram o direito de sindicalização e de organização no local de trabalho. “Quase 90% das multinacionais instaladas na China se enquadram nos contratos coletivos. A exceção são as empresas japonesas e coreanas, que, a exemplo da prática em outros países, também na China acabam ignorando os direitos sindicais”, assinalou. Cayres informou que o ramo industrial chinês emprega 55 milhões de trabalhadores.
O programa de intercâmbio seguiu até quarta-feira (17), com uma série de visitas e encontros com sindicalistas e autoridades. Na sexta-feira (12), a delegação brasileira esteve no Ministério dos Recursos Humanos e da Previdência Social, para conhecer como funciona a estrutura de proteção social no país. No final de semana, os brasileiros irão a Nanjing (capital da província de Jiangsu), para visita ao sindicato provincial dos trabalhadores na indústria e a uma fábrica, além de encontros no palácio da cultura dos trabalhadores.