Escrito por: CUT-MT
Lutando em meio às condições impostas pela Covid-19 e pelos (des) governos de direita de Jair Bolsonaro e Mauro Mendes, a gestão da CUT-MT fez frente ao contexto de retrocesso político nacional
Apesar de enfrentar uma das maiores crises sanitárias já vistas no país, com todas as adversidades que colocaram em risco a sobrevivência dos trabalhadores e dos movimentos sindicais - incluindo mortes, desemprego e políticas prejudiciais, como a Reforma Trabalhista, a Reforma Previdenciária e a Emenda Constitucional nº 95, do Teto de Gastos Públicos - a CUT-MT testemunhou um notável amadurecimento no papel desempenhado pela Central e pelos sindicatos filiados durante a gestão 2019-2023.
Enfrentando desafios, resistindo e lutando, em meio às condições impostas pela Covid-19, a trajetória aconteceu fazendo frente ao contexto de retrocesso político nacional. Mato Grosso, um estado com um modelo de desenvolvimento agro-primário-exportador nas mãos dos barões do agronegócio, viu seu governador favorecer esses privilegiados com generosos benefícios fiscais, enquanto a população sofria com a falta de políticas públicas básicas, como moradia, saúde, educação, segurança pública e segurança alimentar. Chegou ao ponto de muitas famílias recorrerem à fila do osso, que ganhou repercussão nacional.
A dura realidade nacional, também resultou em Mato Grosso, na divisão da classe trabalhadora provocada por mentiras e perseguições, sobretudo nos locais de trabalho, nas famílias e até mesmo entre as categorias sindicais. As ocorrências repercutiram em rompimentos e na perda de filiados, seja por motivos ideológicos, seja devido à queda de renda e à diminuição das contribuições dos próprios trabalhadores para as entidades sindicais.
Em um estado que lidera a produção de grãos, proteína animal e outras riquezas, mas que carece de políticas industriais, o serviço público é a espinha dorsal econômica da maioria dos trabalhadores, além do segmento da agricultura familiar. Durante o período crítico da crise sanitária, esses setores mantiveram seu compromisso com a CUT-MT, participando de mobilizações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no movimento nacional 'Fora Bolsonaro'. Além disso, lutaram pelo auxílio emergencial por meio de carreatas, manifestações virtuais nas redes sociais e campanhas de coleta de cestas básicas, sempre seguindo as melhores práticas de segurança sanitária possíveis.
A CUT-MT não se resignou diante do caos provocado pela ausência de políticas sanitárias e econômicas adequadas por parte do governo de um dos estados mais rico do Brasil. A CUT-MT levantou a voz contra a volta às aulas na pandemia, preocupada com a segurança dos profissionais, estudantes e suas famílias. O estado liderou em número de casos fatais devido à inação do governo na implementação de medidas sanitárias eficazes. Foram realizadas inúmeras manifestações, algumas presenciais, mesmo com um pequeno número de participantes, todos seguindo rigorosas medidas de segurança sanitária para denunciar as políticas prejudiciais do governo Mauro Mendes (União Brasil).
A luta contra a gestão ultraliberal de Mauro Mendes começou junto com a gestão da CUT-MT em 2019. Naquela época, os trabalhadores do estado enfrentaram um pacote de medidas que, em sua maioria, atrasou ou retirou direitos, incluindo o Decreto de Calamidade, a Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, a Lei da RGA (Revisão Geral Anual), que não garantiu a reposição integral da inflação, e a Reforma da Previdência, que aumentou a alíquota de 11% para 14% e sobretaxou os aposentados, especialmente os da educação, que constituem a base da CUT-MT e foram duramente afetados pela pandemia.
A CUT-MT, sob a gestão do professor Henrique Lopes, reeleito no último CECUT, uniu forças com os sindicatos da base para enfrentar esses desafios e proporcionar uma compreensão clara do projeto em curso. Sempre estivemos cientes de que os desafios e as tarefas militantes se intensificam em meio à disputa de projetos em um governo de frente ampla, enquanto defendemos a democracia e lutamos para derrotar o fascismo.
A Central não ficou estagnada e manteve um calendário de ações das políticas de Formação, com cursos virtuais. O entendimento sempre foi de que construir a resistência exige a consciência de classe. Paralelamente contribuiu para o papel de defesa e enfrentamento das minorias, quer sejam raciais, LGBTQIA+ e nas políticas de gênero. O movimento de mulheres cutistas teve contribuição importante na condução das lutas por direitos trabalhistas e feministas nos quatro anos da gestão 2019-2023.
O cumprimento da agenda de demandas trabalhistas, mesmo em meio à pandemia, reafirmou o sucesso da gestão, que foi reeleita para mais quatro anos - 2023 a 2027. A CUT-MT tem participado ativamente de várias atividades tanto no calendário nacional quanto estadual.