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CUT na Rio+20: Devemos ir além do discurso...

Rafael Freire acredita que é preciso ganhar a sociedade para esse conceito

Publicado: 22 Junho, 2012 - 01h14

Escrito por: Luiz Carvalho, do Rio de Janeiro

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Público acompanha debate na Tenda da CUTPúblico acompanha debate na Tenda da CUT
Na manhã desta quinta-feira (21), sexto dia da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio+20, que também acontece na capital carioca, a Central  Única dos Trabalhadores promoveu mais um ciclo de debates na Tenda Florestan Fernandes em parceria com a Central Sindical das Américas (CSA), CGIL (Itália), CTA (Argentina) e CSN (Canadá).

Secretário de Política Econômica e Desenvolvimento Social da organização, Rafael Freire, foi um dos dirigentes sindicais que compôs a mesa sobre os direitos do trabalho e os novos paradigmas para uma sociedade justa e inclusiva. Em sua intervenção, ele defendeu que o conceito de trabalho decente ainda não é algo enraizado na América Latina, graças aos retrocessos que os governos neoliberais promoveram na década de 1990. “Os anos neoliberais venderam a ideia de que era aceitável o trabalho precário, a prestação de serviço como pessoa jurídica, as cooperativas de mão de obra. Temos uma disputa cultural a fazer.”

Para isso, defende, é preciso ir além do discurso, que não resolve se não for transformado em ação política e sindical. “Guardadas as enormes proporções, enfrentamos um problema semelhante à cúpula oficial: o fato de as questões nacionais prevalecerem sobre as gerais. Qualquer tema de cada central está acima de uma luta geral. Devemos questionar qual a nossa capacidade de superar as divergências internas em nossos países por temas que nos unifiquem. Precisamos construir um internacionalismo sindical que vá além da radicalização”, explicou.

De acordo com Freire, é imprescindível unificar duas ações: a criação de política que levem a construir trabalho decente e instrumentos que permitam a geração de postos de trabalho decente.

Organização no trabalho para mudar o modelo

Secretária de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia, afirmou que, apesar do crescimento econômico verificado pelo Brasil, as diferenças salariais e de condições de ascensão entre gêneros e raças permanecem.

O primeiro passo para superar isso, acredita, é assegurar e ampliar a organização no local de trabalho. “Por isso é fundamental que nosso país ratifique a Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) para que possamos contar, de fato, com uma liberdade e autonomia sindical.”

Da mesma forma que Rafael Freire, o Secretário Geral da CTA, Pablo Micheli, aponta a alianças com amplas representações dos movimentos sociais como a melhor forma de alcançar e convencer as bases.

Serviços públicos com controle social – Uma das medidas necessárias e urgentes, acredita, é a recuperação dos serviços públicos, com controle social.

“As privatizações aprofundaram a pobreza e contaminaram os bens naturais. Por isso, temos que lutar para manter e ampliar o papel do Estado. Sempre com controle da sociedade, porque não se pode construir um novo paradigma se não construir uma relação democrática”, diz.

Presidente da CSN, Luis Roy, foi outro que defendeu uma espécie de rede interligada entre as entidade sindicais e os movimentos sociais para mudar a forma de mudar o atual modelo de desenvolvimento. “Temos que ter estratégia e estabelecer um ponto comum para pressionar todos os governos. Tenho certeza que, se esquecermos nossas diferenças e nos unirmos, vamos conseguir mudar o paradigma atual. E o papel dos sindicatos nesse processo é essencial. “