CUT participa de encontro anti-imperialista em Caracas
Dirigente da CUT leva apoio da central ao povo venezuelano.
Publicado: 22 Setembro, 2017 - 18h56 | Última modificação: 25 Setembro, 2017 - 15h36
Escrito por: CUT Brasil
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) participou da conferência “Diálogo Mundial pela Paz, Soberania e Democracia”, em Caracas entre 16 e 19 de setembro, efetivando resolução do recente Congresso Extraordinário, no qual a central adotou posição de solidariedade plena ao povo venezuelano, contra a ofensiva imprerialista do governo Trump (EUA), que ameaça o país com intervenção militar, mas também posturas de ingerência antidemocráticas adotadas pelo governo golpista do Brasil .
A cerimônia de abertura do evento em Caracas, no Teatro Teresa Carreño, já mostrou intensas manifestações de apoio ao povo venezuelano e a seu governo.
Representando a CUT, Julio Turra, diretor executivo da central, avaliou num artigo em que relata sua participação, que ficou evidente para os brasileiros presentes no evento "que as mesmas forças que operaram o golpe contra Dilma no Brasil são as que, na Venezuela, lideraram manifestações violentas durante três meses, que ocasionaram a morte de mais de cem pessoas, para derrubar o presidente Nicolás Maduro, cujo mandato obtido em eleições democráticas termina em 2019. Constatamos o mesmo cerco da mídia global, os mesmos interesses empresariais e pró-imperialistas, tentando, a partir de uma maioria circunstancial na Assembleia Nacional, derrubar um governo legítimo, acusando de “ditadura” um regime que em 18 anos – desde a eleição de Hugo Chávez no final de 1988 – realizou 21 eleições e referendos".
Veja a seguir uma entrevista de Julio Turra e, mais abaixo, a íntegra do documento aprovado por aclamação na plenária final do encontro.
TODOS SOMOS
VENEZUELA
DIÁLOGO MUNDIAL PELA PAZ,
PELA SOBERANIA E PELA DEMOCRACIA BOLIVARIANA
Caracas, 16-19 de setembro 2017
PROCLAMAÇÃO DE CARACAS
Os representantes das organizações políticas, sociais, religiosas e sindicais; e as personalidades e intelectuais de 60 países do mundo reunidos em Caracas, de 16 – 19 de setembro de 2017, no quadro da Jornada Mundial “Todos Somos Venezuela”: Diálogo pela Paz, pela Soberania e pela Democracia Bolivariana”; apoiamos firmemente o povo e o governo da Venezuela perante os ataques do imperialismo americano, que dia a dia dirige suas ações desestabilizadoras contra a Pátria Bolivariana; ações cuja expressão mais dramática é a violência fascista desatada entre os meses de abril e julho do presente ano, a qual deixou uma quantidade lamentável de 115 pessoas mortas, milhares de feridos, destroços generalizados e a agressão psicológica da qual foi objeto todo o povo venezuelano.
Hoje, o imperialismo americano representa a agressão política de forma direta na pessoa do presidente de Estados Unidos Donald Trump, o qual além de ameaçar com usar suas forças militares contra a Venezuela, lidera a ação de bloqueio diplomático poucas vezes vista, desde a Organização dos Estados Americanos (OEA), com a participação de alguns governos da região, com o fim de socavar a fortaleza da democracia bolivariana; enquanto, a través de uma Ordem Executiva, faz oficial a pratica do bloqueio financeiro que já tinha aplicado para “asfixiar a economia venezuelana”.
A agressão imperialista contra a Revolução Bolivariana constitui uma flagrante violação da Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz, ratificada pelos presidentes de todos os países da região durante a II Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), realizada em Havana em janeiro de 2014, na qual defende-se o direito soberano de cada país de definir seu próprio destino sem ingerência estrangeira.
O governo do presidente Donald Trump, com os destacados vozeiros da oposição antinacionalista venezuelana, usa um plano para desestabilizar as instituições do Estado, mediante um conjunto de manobras que foram reveladas e derrotadas por uma decisão política de alta qualidade que se fundamenta no pensamento filosófico do Comandante Hugo Chávez, líder histórico da Revolução Bolivariana, que foi a eleição, instalação e funcionamento da Assembleia Nacional Constituinte.
Com a Constituinte, o povo venezuelano inaugura um novo momento histórico, que ratifica e aprofunda as bases do Estado social, democrático, de direito e de justiça, consagrado na Constituição Bolivariana do ano 1999, ao tempo que atingiu a paz numa clara demonstração do fracasso das forças da extrema direita que protagonizaram o terror da violência generalizada
Os representantes das organizações políticas, sociais, religiosas e sindicais; e as personalidades e intelectuais que participamos na Jornada Mundial “Todos Somos Venezuela”: Diálogo pela Paz, pela Soberania e pela Democracia Bolivariana”, temos a firme convicção da importância do diálogo político promovido pelo presidente Nicolás Maduro, cuja expressão mais recente foi a reunião na República Dominicana entre representantes do Governo Bolivariano com a denominada Mesa da Unidade Democrática, aliança que reúne todos os fatores políticos da oposição venezuelana. Portanto, apoiamos firmemente a proposta de dialogo promovida pelo Governo Bolivariano.
Ressaltamos que, pelo contrário do que afirmam os fatores da extrema direita em distintas partes do mundo com apoio das grandes transnacionais da desinformação, a agenda eleitoral e democrática continua. Na Venezuela, haverá eleições regionais numas semanas, e as municipais e presidenciais serão no 2018, assim como o referendum que confirmará o não o novo texto constitucional que realiza a Assembleia Nacional Constituinte, ¿qual país do mundo pode expor uma prática democrática dessa dimensão?
Portanto, condenamos a mentira cínica, as falsas notícias e a tergiversações sobre a realidade venezuelana, como principal estratégia com a qual pretende-se desacreditar a Revolução Bolivariana e o legitimo governo do presidente Nicolás Maduro.
Além disso, apoiamos o esforço que o governo da Venezuela faz para superar os graves problemas da guerra econômica, conduzidas desde as mais altas esferas do governo estadunidense.
Nosso compromisso com a paz, a soberania e a democracia bolivariana está intimamente vinculado com o desenvolvimento de uma amplia e permanente jornada de solidariedade em cada país, promovida por cada organização política, social, religiosa e sindical de natureza democrática que participou nesta jornada.
A defesa da Revolução Bolivariana é um dever iniludível dos povos da América Latina, do Caribe e do mundo, no entendido de que na Venezuela, defende-se o direito e a soberania, a independência, a autodeterminação e a integração de nossos povos. .
Parafraseando a José Martí, com a defesa da independência da Venezuela, evitaremos que Estados Unidos caia mais com essa força sobre nossas terras da América,
Caracas, 19 de de setembro de 2017