Escrito por: Assessoria de Imprensa da Fetape
O presidente da CUT Pernambuco, Paulo Rocha, esteve presente, assim como os deputados Carlos Veras e Doriel Barros
Informalidade, baixos salários, precarização das condições de trabalho, descumprimento dos acordos firmados nas Convenções Coletivas de Trabalho (CCT). Esses são alguns dos problemas enfrentados pelas/os trabalhadoras/es assalariadas/os rurais em todo o país. É para discutir as conquistas e os retrocessos da categoria que as/os trabalhadoras/es rurais de Pernambuco estiveram reunidas/os nos dias 23 e 24 de março, no 1º Congresso Estadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de PE (CETTAR-PE), no Centro Social Euclides Nascimento, localizado na cidade de Carpina, Mata Norte de Estado. Pernambuco foi o primeiro estado que promoveu uma greve da categoria durante o governo Bolsonaro (PSL) e também será o primeiro a realizar esse encontro. O presidente da CUT Pernambuco, Paulo Rocha, esteve presente, assim como os deputados Carlos Veras e Doriel Barros.
Na contramão do cenário precário de trabalho e baixas remunerações, a produção agrícola somou R$ 319,6 bilhões somente no ano de 2017, segundo dados do IBGE. Ou seja, esta riqueza não se converteu na diminuição dos graves problemas por que passam os assalariados rurais e a população do campo. Em Pernambuco, estado que está à frente em processos de negociação de direitos da categoria, a diária de um cortador de cana é de R$ 33,87 para o corte de três toneladas e uma cesta básica mensal de R$ 50,00.
No Vale do São Francisco, conhecido mundialmente pelo cultivo para exportação de hortifruticultura irrigada no sertão, um dos graves problemas é o uso de agrotóxicos para o cultivo dos alimentos. Ao ponto, de nas CCTs ser aprovada uma cláusula que proíbe o trabalho após a ocorrência de chuvas, para evitar maior contaminação das trabalhadoras. No entanto, a informalidade ainda é a principal dificuldade enfrentada pelas/es trabalhadoras/es rurais, especialmente após a Reforma Trabalhista. O IBGE aponta que apenas aproximadamente 11% das/os trabalhadoras/es estão formalizados e com os direitos trabalhistas e previdenciários garantidos.
“Conquistas históricas do movimento como pagamento de salário e aposentadoria estão sendo desprezadas. Esse governo quer trazer de volta o trabalho escravo para nosso povo e nós, dos Sindicatos e Federações, não vamos permitir. Os sindicatos nasceram para lutar por dignidade no mundo do trabalho, num momento também difícil que foi a ditadura. E não vai ser esse governo das fakes news, comprometido com os ricos, quem vai acabar conosco”, afirmou o presidente da FETAEPE, Gilvan José Antunis.
Além de discutir o cenário nacional, as repercussões no estado e escolher a nova diretoria da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (FETAEPE) o CETTAR-PE discutirá estratégias de enfrentamento ao conjunto de medidas impostas pelo governo federal de desmonte de direitos, como as Medidas Provisórias 871 e 873 e a PEC 06/2019.