Escrito por: CUT Nacional
Vereador do PR pode perder mandato por participar de manifestação por justiça a 2 jovens assassinados. Em nota, CUT se solidariza e pede fim das ameças e do processo de cassação
A Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT-Brasil manifesta solidariedade ao vereador de Curitiba, Renato Freitas (PT-PR), que segue sendo alvo de ameaças de morte e pode perder o mandato por ter participado de um ato organizado pelo Coletivo Núcleo Periférico, de tarde do dia de 5 de fevereiro deste ano.
A manifestação, que aconteceu no Largo da Ordem, em frente a Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na capital paranaense, foi realizada em memória e por justiça aos jovens Moïse Kabagambe (24) e Durval Teófilo Filho (38), que foram brutalmente assassinados.
Durante a manifestação o vereador Renato Freitas, junto aos manifestantes, entrou na igreja que tinha poucos fiés naquele horário, já que a missa tinha acabado, e de forma pacífica, sem depredação do espaço religioso, exigiu o fim do racismo e do genocídio dos corpos negros. Ele reivindicou, ainda, melhores políticas para imigrantes, como mostraram as imagens do circuíto interno da própria igreja.
Depois, junto com os manifestantes, saiu também de forma pacífica. Mesmo assim, o ato gerou demasiadas críticas e Renato foi e continua sendo vítima de ameaças.
No dia 16 de fevereiro, homens armados passaram pela região onde mora o vereador e perguntaram para os vizinhos qual era a sua casa. Eles tiraram fotos da residência e foram embora. Ninguém sabe quem são.
Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na delegacia de polícia civil para que o episósio seja investigado, já que está mais do que explícito que existe um crime de ódio e o vereador corre risco de vida. Esta não é a primeira vez que isso acontece com o vereador e é imprescindível as autoridades tomarem as atitudes necessárias para punir os responsáveis e proteger a vida do cidadão e vereador Renato Freitas.
Mesmo após o pedido de desculpas de Renato Freitas aos religiosos e explicado sobre a manifestação, o vereador Osias Moraes (Republicanos) classificou o ato como um ato criminoso. Afirmou ainda: "Nós não iremos aceitar esse tipo de ato, principalmente vindo de um vereador desta casa. Queremos providência e vamos tomar providência".
Infelizmente, as manipulações dos fatos e as fakes news têm sido cada vez mais fortes para prejudicar a democracia, os partidos de esquerda e a luta pela melhoria da população negra nesse país.
Esperamos e lutaremos para que o processo contra o vereador Renato Freitas não tenha seguimento, seja logo arquivado e que a polícia do estado do Paraná faça todas as investigações necessárias para responsabilizar o grupo não identificado que rondou sua moradia, garantindo assim a segurança necessária para manter sua vida a salvo.
Secretaria Nacional de Combate ao Racismo da CUT-Brasil