CUT protesta contra processo seletivo do Conade para o mandato 2022-2025
CUT divulga nota de repúdio e indignação contra o processo seletivo para composição do Conade, mandato 2022-2025
Publicado: 23 Março, 2022 - 14h53 | Última modificação: 23 Março, 2022 - 15h05
Escrito por: CUT Nacional
O Coletivo Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência e a Secretaria Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT Brasil vêm a público ratificar sua nota de indignação e repúdio publicada em 17 de dezembro de 2021, face à publicação do edital nº 27/2021, e sua reedição por meio do edital nº 2/2022, publicado no Diário Oficial da União (DOU), em 1º de fevereiro de 2022, que estabeleceu normas para um processo seletivo das organizações nacionais da sociedade civil que vão compor o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência (Conade) para o mandato de 2022 a 2025.
Reafirmamos que é imperativa a retomada do Conade, mas dentro dos princípios democráticos já estabelecidos na Constituição Federal, que é o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, criado em 1999. O organismo maior de controle social das pessoas com deficiência, responsável pela articulação, formulação e fiscalização de toda a legislação e garantia dos direitos das pessoas com deficiência de nosso país, tendo sua configuração ratificada e alterada pelas quatro conferências nacionais ocorridas entre 2004 e 2016.
Dessa forma nos posicionamos totalmente contrários frente aos procedimentos praticados a partir do último edital, que veio a culminar com a composição para um Conade, publicada por meio da Decisão 07/2022 do Ministério da Mulher da Família e dos Direitos Humanos, no dia 21 de março. Entendemos como ilegítima essa composição, pois seu processo fere os preceitos democráticos de eleições livres, além de criar o precedente de um processo seletivo, que levou à participação organizações da sociedade civil que não se deram conta de sua irresponsabilidade em aceitarem as regras estabelecidas.
Não compactuamos e não participamos desse processo de seleção, determinado por um desgoverno federal contrário às instâncias efetivas de controle social, que desde seu início adotou procedimentos para a exclusão e eliminação de Conselhos, Comissões, Comitês paritários de Controle Social.
Quanto ao Conade suprimiu totalmente a representação dos conselhos estaduais e municipais, contradizendo as deliberações da III Conferência Nacional realizada em 2012, que aprovou a ampliação das vagas destinadas para os Conselhos Estaduais e Municipais, não bastasse excluiu também a Associação Nacional dos Membros do Ministério Público de Defesa dos Direitos das Pessoas Idosas e Pessoas com Deficiência (AMPID), participante histórica e indispensável ao Conselho.
Cabe ressaltar que em um estado democrático, um órgão de controle social como os conselhos de direitos, só pode funcionar efetivamente se for formado a partir de seus coletivos, com deliberações de suas esferas próprias, da própria população a que se destina.
Não podemos deixar de manifestar nosso veemente repúdio a todo esse processo, as trabalhadoras e os trabalhadores com deficiência só aceitam sua representação através de sua participação efetiva, por meio de suas organizações representativas, em um processo eleitoral transparente, democrático e legítimo.
Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT
Secretaria Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos