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CUT relembra os 30 anos do massacre na CSN, no Rio de Janeiro

Em memória aos três operários que foram brutalmente assassinados pelo exército, CUT-Rio relembra a histórica greve realizada na Companhia Siderúrgica Nacional em 1988

Publicado: 09 Novembro, 2018 - 12h17 | Última modificação: 09 Novembro, 2018 - 12h51

Escrito por: CUT-RJ

No dia 9 de novembro de 1988, três metalúrgicos da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foram brutalmente assassinados por terem feito parte de uma greve em defesa de melhores condições salariais e de trabalho. William Fernandes Leite, 22 anos, morreu com tiro de metralhadora no pescoço; Valmir Freitas Monteiro, 27 anos, com tiro de metralhadora nas costas; e Carlos Augusto Barroso, 19 anos, com esmagamento de crânio. Outros 31 ficaram feridos.

O saldo foi resultado da invasão de soldados do Exército de vários quartéis do estado do Rio de Janeiro e do Batalhão de Choque da Polícia Militar para reprimir uma manifestação em frente ao escritório central da usina e por fim à greve dos trabalhadores.

O governo de José Sarney mandou o exército para dispersar a manifestação que ocorria no local e os policiais invadiram a usina, ocupada pelos funcionários, agindo com uma truculência desmedida que resultou no 'massacre da CSN de 1988'. 

A greve

No dia 7 de novembro de 1988, os operários da CSN entraram em greve. Lutavam pela implantação do turno de 6 horas, reposição de salários usurpados por planos econômicos e reintegração dos demitidos por atuação sindical. A greve chegou a envolver a comunidade de Volta Redonda, no Rio de Janeiro.

Mesmo após os assassinatos dos três operários e prisões de vários outros, a greve continuou até o dia 23 de novembro de 1988. Os trabalhadores conquistaram todas as suas reivindicações.

Ataques intimidatórios continuaram

No dia 1º de Maio do ano seguinte, foi erguido na Praça Juarez Antunes, um memorial em homenagem aos três trabalhadores assassinados. Em uma atitude covarde e agressiva para intimidar os trabalhadores, horas depois da homenangem, uma bomba explodiu e atingiu o memorial.

Hoje, o memorial continua no local para lembrar esse episódio sangrento da história de repressão contra o movimento sindical brasileiro. 

CUT-RJCUT-RJ
Memorial em homenagem aos companheiros William Fernandes Leite, Valmir Freitas Monteiro e Carlos Augusto Barroso