Escrito por: Direção Executiva Nacional da CUT
Em nota, Central destaca que governador é blindado a ponta de desrespeitar a Justiça e não ser cobrado por isso
A CUT repudia veementemente a repressão do governo Alckmin contra o movimento dos estudantes e sua propaganda enganosa sobre a ação desses jovens. É inadmissível que o chefe de gabinete da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, Fernando Padula, tenha convocado uma reunião para um domingo, para declarar guerra aos estudantes que ocuparam mais de 200 escolas em todo o estado contra o projeto de reestrutação (desestruturação, na verdade) e esses mesmos governantes se recusem a negociar com os estudantes. Conforme áudio da reunião divulgado nas redes sociais pelos Jornalistas Livres, até o arcebispo de São Paulo seria convocado pelos tucanos para se posicionar contra a ocupação das escolas, em apoio ao governo de SP.
No áudio, Padula informa que a “operação de guerra” começaria no dia primeiro dia de dezembro, o que realmente aconteceu. A truculência da Polícia Militar que já tinha sido filmada agredindo alunos e alunas, usando spray de pimenta e até mesmo apontando armas de fogo a estudantes, aumentou nesta terça-feira, com a PM, acompanhada de policiais à paisana e diretores de escola invadindo escolas, agredindo e literalmente, jogando alunos/as para fora.
O sentimento de imunidade de Alckmin é tamanho que nem mesmo respeitou a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP), que negou seu pedido de reintegração de posse. Cabe se perguntar se o TJ/SP vai tomar alguma atitude em relação ao descumprimento da sentença pelo governo paulista.
Como era de se esperar, toda a grande mídia procura esconder o desmonte na educação feito pelos tucanos. Procura distorcer as informações para colocar a população contra os estudantes. Pelas redes sociais foi possível ver as escolas ocupadas em melhor estado de conservação do que antes, com os estudantes arrumando chuveiros, trocando lâmpadas, se organizando na limpeza e no preparo das refeições, situação totalmente diversa daquela de depredação de escolas mostrada pela grande mídia. Alunos que se sentiam desunidos tiveram suas vidas radicalmente mudadas, organizando-se e descobrindo o sentimento de luta e de solidariedade, até então inexistente.
A CUT manifesta seu total e irrestrito apoio ao movimento dos estudantes paulista em sua luta contra a desestruturação das escolas e conclama suas Estaduais a se solidarizarem à luta dos estudantes em São Paulo e dos demais estados onde ocorrem manifestações contra o sucateamento do ensino público e gratuito.