Escrito por: CUT Rio
XI Plenária Estadual CUT Rio aprova análise a ser levada à plenária nacional.
O golpe que fez ruir recentemente nossas instituições democráticas e nos fez retroceder décadas nos direitos da classe trabalhadora, foi maturado pelas elites conservadoras de nosso país por anos. E não foi preciso baionetas ou tanques nas ruas desta vez para derrubar uma presidenta eleita. A novidade consistiu na forma sofisticada com que o processo foi construído, agregando um poder midiático-jurídico-parlamentar, coordenado por uma elite financeira e empresarial submissa aos interesses internacionais, e tendo como norte o desmonte das estruturas que sustentavam nossa soberania nacional. A democracia e o povo não cabem no neoliberalismo!
Este governo golpista tem partido e tem nome, e que nunca nos esqueçamos disso! Foi o PMDB e sua corja liderada por Michel Temer que conduziram a classe trabalhadora a este quadro desesperador. São 14 milhões de homens e mulheres que se veem sem emprego e sem a rede de proteção das leis trabalhistas e da Previdência. Diante deste quadro, o estado do Rio de Janeiro, centro pujante da política e da economia nacional, padece sob a irresponsabilidade e desgoverno do PMDB de Pezão.
As decisões neoliberais do governo Pezão, aliadas a brutalidade do braço jurídico do golpe - a Lava-Jato - promoveram a destruição dos setores estratégicos da economia de nosso estado. O desmonte da cadeia de produção do petróleo acontece em meio aos ataques à produção de conteúdo nacional. As obras pararam na construção civil e construção pesada. A indústria petroquímica parou. A situação dos nossos estaleiros, as mortes de trabalhadores em plataformas sucateadas e pelo programa de desinvestimento promovido pela Petrobrás e o abandono do COMPERJ, são retrato disso.
A consequência disso é o crescente e criminoso número de desempregos. A contração de toda essa atividade econômica levou a queda da arrecadação e do investimento público, provocando a redução do consumo, diminuição da concessão de crédito e atingindo diretamente os servidores ativos e aposentados do estado com o não pagamento dos salários. Assistimos o colapso das áreas de administração pública da saúde de da educação, bem como o aumento da população em situação de rua e a falência do atual modelo segurança pública – que, em seu caráter violento e racista, conduz ao extermínio da população negra, sem avançar na promoção da ordem social. A educação no estado é um capítulo a parte neste imenso caos.
A possibilidade de fechamento da UERJ é a evidência mais forte deste quadro. Infelizmente sabemos que tanto a UERJ quanto a UEZO e UENF não são prioridade dos governos PMDB. Afinal, o governador Pezão diz que não tem dinheiro para pagar os servidores, ou para fazer os repasses às universidades, porém tem dinheiro pra fortalecer a repressão e dar isenções fiscais à grandes empresas.
Não podemos deixar de citar também a grave situação em que se encontra os trabalhadores e trabalhadoras da CEDAE. A única solução que o governo Pezão apresenta (PMDB) é privatiza-la, colocando a venda uma empresa que gera lucros e cuja situação não foi debatida com a sociedade de forma ampla e qualificada. Prevaleceu apenas o interesse do capital entreguista. Fica assim penalizada a população que terá o acesso à água limitado sob a anuência dos deputados estaduais.
CONSTRUIR ALTERNATIVAS PARA O RIO DE JANEIRO
A conjuntura nos impõe a necessidade de construirmos um amplo leque de alian- ças à esquerda para derrotar este projeto de desmonte e de retirada de direitos que marca a gestão golpista de Temer/Pezão. Construções amplas e com profunda afinidade político-ideológica com as Frentes, Coletivos, Partidos, Centrais e demais organizações com disposição para lutar e dialogar são uma necessidade. É de responsabilidade da CUT-Rio promover e conduzir a construção – e aprofundamento- de iniciativas conjuntas.
O quadro de retrocesso em que nos encontramos pede organização e projeto propositivo. Organizar para disputar a consciência de classe do povo; dizer a essa população que todo esse caos vem de cima, de quem não tem responsabilidade e empatia nenhuma pelo trabalhador e pela trabalhadora. E então façamos um projeto que venha debaixo. Que aponte uma saída. Que possa recuperar a esperança e a qualidade de vida da classe trabalhadora. Temos a tarefa de dar voz a uma agenda política alternativa!