MENU

CUT-Rio rebate ataques de Bolsonaro ao funk carioca e à Central

Em férias no litoral de SP, Bolsonaro tripudiou do funk carioca, falou da CUT em tom pejorativo e não conseguiu esconder o incômodo com a possibilidade de Lula vencer no 1º turno

Publicado: 21 Dezembro, 2021 - 11h34 | Última modificação: 21 Dezembro, 2021 - 11h59

Escrito por: Tatiane Cardoso | CUT-Rio | Editado por: André Accarini

reprodução Twitter
notice

Ao que parece, a possível aliança entre o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (sem partido), para as eleições do ano que vem, está incomodando o presidente Jair Bolsonaro (PL). Mesmo em férias no Guarujá, litoral de São Paulo, ele se juntou a apoiadores para dançar e cantar um funk com letra que menospreza as mulheres e cita a CUT de forma pejorativa.

Em um vídeo publicado no Twitter por um de seus assessores, Boslonaro canta a uma letra que ataca a CUT, mulheres de esquerda, opositores e parlamentares como o deputado Jean Wyllys (PT).  Na legenda da publicação, o assessor escreveu: “Presidente preocupado com o ‘Jantar da Democracia’ de Lula/Alckmin!”, referindo-se a um evento organizado pelo Grupo Prerrogativas em São Paulo no domingo (19.dez) que reuniu os dois políticos.

Para o presidente da CUT-Rio, Sandro Cezar, essa é mais uma clara demonstração de que Lula está incomodando. “Em todas as pesquisas para presidente, Lula aparece como o vencedor ainda no primeiro turno”, comenta o dirigente.

“Quando Bolsonaro enaltece algo que diminui a maior central sindical da América Latina, que de fato defende a classe trabalhadora, passa a mensagem de que ele não se importa com os trabalhadores e as trabalhadoras e prova que ele governa para os interesses da elite”, completa Sandro.

A tesoureira da CUT-Rio, Keila Machado, lembra que o funk é Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro desde 2003. Para a dirigente, atitudes como a de Bolsonaro contribuem para deturpar a imagem do ritmo, que é meio de sobrevivência de muitas famílias no Brasil.

“O funk se tornou uma possibilidade de mudança real de vida para muitas pessoas, como aconteceu com as cantoras Annita, Pabllo Vittar, Ludmila, MC Rebeca, MC Phoca. Mulheres fortes, focadas e grandes combatentes do machismo”, defende Keila.

“Bolsonaro é misógino. Sabe que seu tempo está chegando ao fim. Está desesperado. Faz qualquer coisa para aparecer, menos governar”, conclui Sandro.

Funk

O funk carioca chegou ao Rio de Janeiro na década de 1970. Inspirado no soul e, especialmente em James Brown, ganhou holofotes após virar o “queridinho” das gravadoras. A batida ganhou o Brasil e o mundo. Na certeza que mesmo as mulheres que não gostam de funk também repudiam esse tipo de ataque, a CUT-Rio, que já promoveu o funk pela democracia, repudia mais esse ato insano do futuro ex-presidente Bolsonaro.