Escrito por: CUT RS
Segundo diretor da CUT-RS, o ato foi importante para expor o problema da falta da testagem e reforçar a luta fora Bolsonaro e o seu governo de morte e destruição dos direitos da classe trabalhadora
A CUT-RS, em parceria com o Sindisaúde-RS, cobrou a testagem de todos os trabalhadores da Saúde em ato simbólico realizado na madrugada desta sexta-feira (10), dia nacional de mobilização das centrais sindicais pelo “Fora Bolsonaro”. A manifestação ocorreu em frente ao Hospital da PUCRS, em Porto Alegre, respeitando as recomendações sanitárias da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Estamos pressionando os gestores públicos e privados da Saúde, para que façam a testagem dos trabalhadores. Não é possível que esse grupo importante que cuida das nossas vidas morra no trabalho, em função da exposição agressiva que estão sofrendo por falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e testagem”, afirmou o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.
“Exigimos a testagem e a proteção dos trabalhadores da Saúde e a defesa da vida de quem cuida da vida de todos”, destacou o dirigente sindical, ressaltando que a entidade defende também a testagem em massa, o distanciamento e o isolamento social como melhor forma de evitar a contaminação do coronavírus.
A ausência de testagem dos trabalhadores da Saúde já levou a CUT-RS e a Federação dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Rio Grande do Sul (Feessers) a entrarem com uma ação conjunta na Justiça do Trabalho na última quarta-feira (8). Para Amarildo, “não é preocupação dos governos federal, estadual e municipal a redução do número de mortes na pandemia”.
O secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-RS, Alfredo Gonçalves, enfatizou a boa receptividade dos funcionários. “Há trabalhadores que foram inclusive contaminados e, quando voltaram ao trabalho, não fizeram testagem”, denunciou.
“Os que trabalhadores, que nos atendem aqui no hospital, não são protegidos e estão vulneráveis. Muitos estão com sintomas, não são afastados e não há testagem. Estamos denunciando esse caos na Saúde, ao mesmo tempo em que pedimos Fora Bolsonaro. Não é possível ter um governo que trata com descaso essa doença e o povo sendo dizimado”, afirmou o secretário de Política Sindical da CUT-RS, Claudir Nespolo.
O presidente do Sindisaúde-RS, Julio Cesar Jesien, denunciou o ataque aos direitos dos funcionários do Hospital da PUCRS, como o fim do horário de lanche e da segunda refeição e a redução salarial no turno da noite, sem qualquer negociação. “Os trabalhadores não podem pagar a conta”, protestou.
Para Júlio, “a testagem é fundamental para os trabalhadores da Saúde. Há países, como a Coreia do Sul, que investiram em testagem e o número de contaminação é muito menor do que no Brasil”. Ele denunciou que quatro empregados já perderam as suas vidas em Porto Alegre na pandemia.
O dirigente do Sindisaúde frisou ainda que, na volta ao trabalho, o funcionário deveria testar duas vezes negativo, segundo as normas da OMS. Ele citou que o Hospital de Clínicas seguia esse procedimento, mas abandonou depois da pressão de outras instituições da cidade que não querem investir em testagem.
Segundo o diretor executivo da CUT-RS, Marcelo Carlini, o ato foi importante para expor o problema da falta da testagem e reforçar a luta pelo afastamento de Bolsonaro e o seu governo de morte e destruição dos direitos da classe trabalhadora.