Escrito por: CUT-RS

CUT-RS e centrais cobram do governador 8,43% de reajuste no mínimo regional

No encontro, os dirigentes sindicais entregaram um documento elaborado pelo Dieese que fundamenta a proposta das centrais

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A CUT-RS e centrais sindicais reivindicaram um aumento de 8,43% para o salário mínimo regional de 2019, durante audiência na tarde desta quarta-feira (30) com o chefe da Casa Civil do governo Eduardo Leite (PSDB), Otomar Vivian, no Palácio Piratini, em Porto Alegre. Os dirigentes sindicais entregaram um documento elaborado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que fundamenta a proposta das centrais.

O índice de 8,43% é a soma do reajuste de 4,61%, definido pelo governo Bolsonaro (PSL) no salário mínimo nacional em janeiro deste ano, com a perda de 3,65% no governo Sartori (MDB), que concedeu dois reajustes abaixo da inflação no seu mandato.

Com a aplicação do reajuste proposto, as cinco faixas do mínimo regional ficaram assim:

- Faixa 1: R$ 1.297,33

- Faixa 2: R$ 1.327,19

- Faixa 3: R$ 1.357,41

- Faixa 4: R$ 1.410,91

- Faixa 5: R$ 1.654,82

Clique aqui para ver os valores vigentes com a descrição dos trabalhadores abrangidos.

Resgatar a diferença de 30% acima do mínimo nacional

“Queremos resgatar a diferença de 30% do chamado piso regional acima do mínimo nacional vigente entre os anos de 2002 e 2004”, defendeu o  presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo.

“Estamos diante de um potente instrumento de distribuição de renda, que beneficia cerca de 1,5 milhão de trabalhadores. São os que recebem os menores salários, os mais pobres. Nada é gasto na Bolsa de Valores ou em Miami ou Paris, mas tudo vai direto para a economia local”, ressaltou Nespolo. Para ele, “o mínimo regional é fator de justiça social e estimula a produção e o consumo, fomentando o desenvolvimento econômico e social do Estado e combatendo as desigualdades”.

Vivian ficou de examinar a reivindicação das centrais e disse que vai ouvir também os representantes das federações dos empresários, que se opõem ao piso regional desde a sua criação. “Eles deveriam valorizar os salários, pois sem renda não existe poder aquisitivo dos trabalhadores para consumir e fazer a roda da economia girar”, salientou o dirigente da CUT-RS.

Para os pobres, reajuste chega sempre atrasado

O secretário do governo Leite adiantou que o governador deverá enviar um projeto de lei para a Assembleia Legislativa em fevereiro, mas sem o regime de urgência proposto pelas centrais para agilizar a tramitação da proposta.  Conforme Vivian, cabe aos deputados estabelecer a melhor forma de análise e votação.

Nesta quinta-feira (31) assumem os deputados eleitos para o mandato 2019-2022 e depois será escolhida a nova mesa diretora. “Vamos procurar o novo presidente da Assembleia para que o projeto de reajuste do mínimo regional, após ser encaminhado pelo governador, seja discutido e votado com agilidade”, avisou Nespolo.

Criado no governo Olívio Dutra (PT), em 2001, a data-base do mínimo regional é 1º de fevereiro. Para que a folha do mês seja corrigida com o reajuste, o projeto deve ser votado pelos deputados e sancionado pelo governador até o final de fevereiro, evitando pagamento de diferenças retroativas.

“Além do mais, os pobres têm pressa, pois o reajuste chega sempre atrasado, uma vez que falta dinheiro para pagar as contas e viver com dignidade”, justificou Nespolo.